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Netanyahu critica EUA e fala em queda no envio de munição

'Por muitas semanas, pedimos aos nossos amigos americanos que acelerem a entrega', prosseguiu o premiê, 'mas a situação não mudou', disse o líder israelense.

4 dias atrás | Tempo de leitura: 3 min
da Folhapress

Reprodução/Flickr

A Casa Branca negou que haja qualquer mudança no ritmo da entrega de equipamentos militares a Tel Aviv.
A Casa Branca negou que haja qualquer mudança no ritmo da entrega de equipamentos militares a Tel Aviv.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, voltou a criticar neste domingo (23) os Estados Unidos, principal aliado de Tel Aviv na comunidade internacional, dizendo que houve uma "queda dramática" no envio de munições a Israel.

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"Valorizo muito o apoio do presidente Joe Biden e do governo dos EUA a Israel", disse Netanyahu durante uma reunião ministerial. "Mas, há quatro meses, houve uma queda dramática no número de munições vindas dos EUA. Por muitas semanas, pedimos aos nossos amigos americanos que acelerem a entrega", prosseguiu o premiê, "mas a situação não mudou".

Netanyahu fez a fala para justificar a divulgação de um vídeo na última terça-feira (18) no qual chamou de inconcebível a aparente lentidão de Washington para enviar mais armamentos e munições para Tel Aviv. Os comentários causaram um desentendimento com o governo Biden, que expressou "decepção profunda" com o líder israelense.

A Casa Branca também negou que haja qualquer mudança no ritmo da entrega de equipamentos militares a Tel Aviv. "A ideia de que paramos de ajudar Israel em relação às suas necessidades de autodefesa não é de modo algum verdadeira. Nenhum outro país fez mais [do que nós] para ajudar Israel a se defender da ameaça do Hamas", disse nesta quinta-feira (20) o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby.

Em maio, Biden suspendeu o envio de 3.500 bombas para Israel, dizendo que havia receio de que elas seriam usadas contra populações civis em uma operação de larga escala de Tel Aviv contra Rafah, a cidade no sul da Faixa de Gaza que, na época, concentrava centenas de milhares de palestinos deslocados.

O vídeo teria sido necessário, explicou o Netanyahu a seus ministros neste domingo, porque as tentativas de resolver o problema a portas fechadas não estavam surtindo efeito. "Viemos a público porque temos anos de experiência e sabíamos que fazer isso seria crucial para eliminar o problema."

Por fim, o premiê disse saber que o vídeo geraria ataques contra ele, "assim como acontece quando me oponho repetidas vezes à criação de um estado terrorista palestino e quando me oponho a acabar com a guerra enquanto o Hamas existir".

Os EUA são a favor de uma solução de dois estados para o conflito, e Biden apresentou nas últimas semanas um plano de cessar-fogo que estipulava a negociação com o Hamas ao invés de sua destruição completa.

As novas críticas de Netanyahu acontecem no momento em que o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, viaja para Washington neste domingo para discutir os próximos passos da guerra em Gaza e o risco de que o conflito escale e inclua uma guerra com o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã no Líbano.

A milícia tem entrado em conflito de forma esporádica com forças de Tel Aviv na fronteira norte de Israel e lançou, no início do mês, o maior ataque com foguetes desde outubro depois que um ataque aéreo israelense matou comandantes do grupo.

"Estamos preparados para qualquer ação que seja necessária em Gaza, no Líbano e em outras áreas", disse Gallant antes de embarcar para Washington, onde deve se encontrar com o ministro da Defesa americano, Lloyd Austin, e com o secretário de Estado, Antony Blinken.

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