MÍDIA

Empresas de estética processam Globo e Record por caso Becker

Os donos das empresas dizem que estão sendo vítimas de perseguições e injustiças porque as duas emissoras classificam Becker de 'esteticista' ou 'dona de clínica de estética'.

Por Gabriel Vaquer | 19/06/2024 | Tempo de leitura: 2 min
da Folhapress

Reprodução/TV Globo

'As reportagens veiculadas pelos Requerentes têm causado sérios prejuízos à classe profissional dos esteticistas', diz ação.
'As reportagens veiculadas pelos Requerentes têm causado sérios prejuízos à classe profissional dos esteticistas', diz ação.

O caso Natalia Becker ganhou um desdobramento curioso. No último dia 13, o Sindicato Patronal dos Empregadores em Empresas e Profissionais Liberais em Estética e Cosmetologia do Estado de São Paulo entrou na Justiça contra Globo e Record por causa de reportagens sobre o caso.

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A reportagem teve acesso ao processo, que corre na 18ª Vara Cível de Brasília. Os donos das empresas dizem que estão sendo vítimas de perseguições e injustiças porque as duas emissoras classificam Becker de "esteticista" ou "dona de clínica de estética" em reportagens no Fantástico e no Domingo Espetacular.

Os patrões afirmam que Natalia, como já foi dito pela própria em entrevistas, não tem qualquer formação em estética. Segundo o Sindicato, mesmo sendo dona de uma clínica em São Paulo, a influencer não poderia ser chamada sem ter um estudo adequado.

"As reportagens veiculadas pelos Requerentes, ao apresentarem Natalia Becker como esteticista, têm causado sérios prejuízos à classe profissional dos esteticistas, comprometendo a imagem e a credibilidade de uma categoria regulamentada e respeitada", diz a ação.

"A disseminação de informações inverídicas acerca da qualificação de Natalia Becker não só desrespeita a regulamentação legal da profissão, mas também induz o público a erro, criando uma percepção equivocada sobre os requisitos necessários para o exercício da profissão de esteticista", conclui o pedido.

As empresas pediram que a Justiça defira uma liminar, que obrigue as duas emissoras a chamarem Natalia Becker de influenciadora, e não dona de clínica de estética. O sindicato patronal pede também que, caso se neguem, as duas emissoras paguem uma multa de R$ 1 mil por dia de descumprimento.

Globo e Record não comentam casos judicias.

Entenda o caso

A influenciadora Natalia Becker passou a ser investigada pela polícia após a morte do empresário Henrique da Silva Chagas em sua clínica, em São Paulo.

Ele morreu na última segunda-feira (3), após passar por um procedimento estético chamado peeling de fenol para diminuir marcas de acne no rosto.

Natalia Fabiana de Freitas Antônio começou a carreira ministrando cursos de micropigmentação e design de sobrancelhas, em 2018. As contas dela nas redes sociais foram apagadas, mas quando estavam ativas somavam mais de 230 mil seguidores.

No perfil, Natalia se apresentava como especializada em tratamento para melasma (manchas escuras na pele, com mais frequência, no rosto), e em rejuvenescimento facial. Também dizia ser a criadora do protocolo Mellan-peel, procedimento desenvolvido com produtos naturais e óleos essenciais para controlar melasma.

Conforme informações do site da clínica, que saiu do ar, ela é dona de estúdios de estética em São Paulo, Rio de Janeiro e Goiânia. Nas redes sociais, fez algumas propagandas sobre o peeling de fenol, que causou a morte do paciente.

A Polícia Civil trata como homicídio o caso do empresário. A morte ocorreu no Studio Natalia Becker, na rua Jesuíno Maciel, no Campo Belo, zona sul de São Paulo. A sócia-proprietária da clínica foi a responsável pela realização do procedimento em Chagas.

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