MATOU A FAMÍLIA

Após matar a família, adolescente se passou pelo pai no Whatsapp

Por Da redação | São Paulo
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução
Print da conversa no WhatsApp do pai do adolescente
Print da conversa no WhatsApp do pai do adolescente

Após matar a família em São Paulo, o adolescente de 16 anos usou o WhatsApp do pai e se passou por ele, para avisar que não iria trabalhar. A informação foi divulgada pela polícia. O pai do adolescente era guarda municipal em Jundiaí e foi a primeira vítima do filho, que executou também a mãe e a irmã. O crime foi praticado com a arma do pai, uma pistola 9mm. O jovem confessou o crime e disse não ter se arrependido.

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“Bom dia irmão, está de folga hoje?”, perguntou um amigo ao pai do adolescente, Isac Tavares Santos, de 57 anos, na manhã de sábado (18). Passando-se pelo pai, que já estava morto, o filho respondeu: "Bom dia, eu estou doente", postou, recebendo uma tréplica do colega: “Beleza Tavares, se precisar de alguma coisa, dá um alô para a gente. Melhoras aí”.

O crime aconteceu na última sexta-feira (17), na rua Raimundo Nonato de Sá, na zona oeste de São Paulo. O adolescente, que disse à polícia que não se arrepende do crime e que "faria tudo de novo", foi apreendido e encaminhado nesta segunda-feira (20) para a Fundação Casa.

Segundo o adolescente, ele decidiu matar a família após uma briga na véspera, em que teria sido chamado de "vagabundo" e os pais teriam tirado dele o acesso a celular e computador. Na sexta-feira, o adolescente o executou o pai com um tiro na nuca, na cozinha. A irmã, Letícia Gomes Santos, de 16 anos, foi morta no andar superior da casa.

O adolescente foi então à academia e à padaria, depois voltando à residência da família e esperando a chegada da mãe, Solange Aparecida Gomes, 50 anos. Quando ela entrou na casa e viu o corpo do marido, foi morta a tiros. O adolescente, que havia sido adotado por Isac e Solange quando tinha dois anos, manteve uma rotina normal depois dos crimes.

No sábado, alegando estar com "muita raiva", o jovem esfaqueou o corpo da mãe. Ele ainda permaneceu por mais de dois dias com os corpos dentro de casa e, segundo informações preliminares, só teria ligado para a polícia na noite de domingo (19), confessando os crimes, porque não "aguentava mais o cheiro" dos cadáveres.

Ao chegarem na casa, os policiais encontraram as vítimas e o adolescente. A pistola foi encontrada na sala, municiada e com um cartucho íntegro. A Polícia Científica periciou a cena dos crimes. O adolescente vai responder por homicídio, feminicídio, posse ilegal de arma e vilipêndio de cadáver.

Com base no depoimento, veja como foi a cronologia do crime:

Quinta-feira, 16 de maio

De acordo com o adolescente, ele é chamado de "vagabundo" pelos pais durante uma discussão e tem o celular confiscado, o que o impediu de fazer uma apresentação escolar. Com "muita raiva", ele começa a planejar o crime bárbaro.

Sexta-feira, 17 de maio

Manhã: O adolescente pega a pistola Taurus 9mm do pai, que era guarda municipal, e testa a arma disparando contra a cama de casal.

13h23: ele aguarda o pai e a irmã chegarem da escola. Enquanto está na cozinha, o pai, Isac Tavares Santos, de 57 anos, é morto com um tiro na nuca enquanto está na cozinha. O adolescente sobe as escadas. A irmã, Letícia Gomes Santos, de 16 anos, questiona sobre o barulho do tiro e é morta com um disparo no rosto.

Tarde: ao lado dos corpos, ele almoça e depois vai à academia.

19h: Ele espera a volta da mãe, que estava trabalhando. Solange Aparecida Gomes, 50 anos, que chega do trabalho. Na cozinha, ao ver os corpos, ela é morta com um tiro nas costas, caindo sobre o marido.

Sábado, 18 de maio

O adolescente de 16 anos vai novamente à academia e à padaria, sem aparente remorso. Ao retornar, ele crava uma faca nas costas da mãe, por 'ainda estar com raiva dela'.

Domingo, 19 de maio

22h55: o adolescente telefona para a Polícia Militar, admitindo os crimes, se dizendo incomodado com as moscas na casa. A polícia chega, ele confessa o crime e é apreendido. Para as autoridades, o adolescente afirma não estar arrependido do crime e confessa que 'faria tudo novamente'.

Segunda-feira, 20 de maio

Madrugada: após ser ouvido pela polícia, o adolescente é encaminhado para a Fundação Casa. O caso como ato infracional de homicídio – feminicídio; posse ou porte ilegal de arma de fogo e vilipêndio a cadáver.

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