Região

Buritama e outras 13 cidades da região não possuem coleta seletiva, diz TCE

Por Redação |
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O Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) lançou nesta quinta-feira (28), o Painel de Resíduos Sólidos - plataforma virtual que traz um estudo e mapeamento do tratamento dos resíduos sólidos em todos os municípios paulistas (exceto a Capital).

Em um levantamento feito pela reportagem, foi apurado que das 37 cidades da região de Araçatuba, 14 não possuem sistema de coleta seletiva, além disso, três municípios apesar de possuírem o serviço, não fazem o descarte segregado material ou não atendem às áreas rurais.

As cidades que não possuem nenhum tipo de coleta seletiva são Zacarias, Turiúba, Sud Mennucci, Santo Antônio do Aracanguá, Luiziânia, Lourdes, Glicério, Coroados, Castilho, Buritama, Brejo Alegre, Bento de Abreu, Avanhandava e Auriflama.

Um outro dado, apontado no Painel do TCE-SP, mostra que cidades como Andradina e Araçatuba, por exemplo, conseguem selecionar apenas 10% e 4%, nesta ordem, de todo o lixo recolhido na cidade. Outros municípios como Mirandópolis, Penápolis e Birigui, conseguem separar 5%, 13% e 15% do lixo reciclável, respectivamente.

Em Araçatuba, a coleta de lixo reciclável atende a toda área urbana. E de acordo com o Tribunal, o município saltou de 0,1% em 2017 para 4% atualmente em eficiência na reciclagem da parte do lixo que é reaproveitável para transformação para formação de outros produtos.

De acordo com o assessor executivo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Araçatuba, Lucas Protto, a tendência é de aumento significativo nos próximos anos. "Temos um aumento significativo da destinação correta da parte que pode ser reaproveitada.

E estamos caminhando para melhores resultados, com novos investimentos em educação ambiental, conscientização e capacidade de tratamento", disse Protto, que atualmente está como secretário interino da pasta.

Protto explica que é preciso enfatizar que nem todo o lixo recolhido é passível de reciclagem. Segundo ele, há três categorias em todo dejeto recolhido nas residências. "Primeiro, temos os recicláveis, que são passíveis de reaproveitamento. Depois, temos os dejetos úmidos, como o lixo orgânico, que poderia ser usado para projetos de compostagem para adubos, por exemplo. E, por terceiro, o que é descarte mesmo. Para este tipo, como o lixo do banheiro, por exemplo, não há ainda tecnologia que se mostra eficaz para reúso", ensina o secretário interino.

SACO VERMELHO
O município de Andradina tem, segundo o relatório, reciclado 10% do lixo colhido reciclável. De acordo com a administração local, há a possibilidade de este índice ser maior por causa dos programas instalados nos últimos meses. Os resultados deles devem aparecer no próximo levantamento do Tribunal, que deve ser realizado daqui a três meses.

Andradina tem uma usina própria de reciclagem e um aterro controlado. Para estimular a população a separar o material reciclável, a empresa que presta serviços de coleta no município distribui um saco plástico da cor vermelha em todas as casas. Todas as vezes que os coletores pegam os dejetos nas casas e comércio, deixa o recipiente.

Além disso, foi instalado na cidade um ecoponto coberto. Uma antiga empresa de grãos foi transformada em um coletor público de dejetos grandes, como restos de podas. Os moradores entram com seus carros e deixam o lixo para a destinação correta. Além disso, também há ecopontos, com o mesmo objetivo, distribuídos por diversos bairros, como a Vila Mineira e o Pereira Jordão, que são muito populosos.

A prefeita de Andradina, Tamiko Inoue, destaca que além disso, a educação ambiental é, na verdade, uma das mais eficientes estratégias de incentivo à reciclagem. "Temos um projeto que corre em todas as escolas para falar sobre o consumo consciente e também para ensinar como separar bem o lixo. Os investimentos todos são importantes, mas nada é mais eficiente que educar a produzir menos lixo", disse Tamiko.

A ferramenta, desenvolvida pelo Departamento de Tecnologia da Informação (DTI), permite que o interessado tenha acesso a dados, na forma de gráficos e mapa, sobre a gestão dos resíduos sólidos em cada uma das 644 cidades do interior, litoral e da Região Metropolitana de São Paulo. Compatível com tablets e smartphones, a plataforma trará informações sobre os locais de descarte, tipo de unidades de destinação utilizadas (aterro sanitário, bota-fora, ecopontos, resíduos de saúde, aterro industrial ou lixão a céu aberto).

O Painel, com base nas respostas dos municípios ao questionário formulado pelo TCE em setembro deste ano. Para elaborar a ferramenta, foram levados em consideração o cumprimento da legislação, a existência de locais apropriados e infraestrutura para armazenagem dos resíduos, processos de triagem, descarte e seletividade de materiais, bem como a presença de políticas públicas para a área de Educação Ambiental.

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