31 de dezembro de 2025
COMBATE À VIOLÊNCIA

Mais de 11 mil agressores de mulheres foram presos em SP em 2025

Por Bia Xavier - JP |
| Tempo de leitura: 2 min
Foto: Celso Silva/Governo de SP

O enfrentamento à violência contra a mulher ganhou novos contornos em São Paulo em 2025. Dados divulgados nesta terça-feira (30) apontam que mais de 11 mil homens acusados de agressões contra mulheres foram presos ao longo do ano no estado, resultado de uma estratégia que combina operações policiais, prevenção e políticas públicas de proteção.

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O número expressivo é impulsionado por ações especiais coordenadas, responsáveis por cerca de 4 mil prisões, com foco no cumprimento de mandados judiciais ligados à violência doméstica. A mais recente delas, batizada de “Ano Novo, Vida Nova”, teve início na segunda-feira (29) e já contabiliza 233 mandados cumpridos, com tendência de crescimento nos próximos dias.

Operações integradas ganham força

Pela primeira vez em 2025, uma operação desse porte contou com integração direta entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Políticas para a Mulher, ampliando o alcance das ações em todo o território paulista.

Segundo o secretário de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, o recado é claro: o estado não irá tolerar o descumprimento da lei. Cerca de 1,5 mil policiais participaram da ofensiva mais recente, que mira principalmente indivíduos já condenados e que ignoraram medidas cautelares impostas pela Justiça.

Perfil dos crimes e dos presos

Levantamentos das Delegacias de Defesa da Mulher (DDMs) mostram que a maior parte das prisões envolve lesão corporal e descumprimento de medidas protetivas. Para a coordenadora das DDMs, Cristiane Braga, esse comportamento revela um padrão de reincidência e desrespeito às decisões judiciais.

De acordo com a Polícia Civil, muitos dos presos são companheiros ou ex-companheiros das vítimas, em geral mais jovens e com histórico criminal, o que reforça a importância da atuação preventiva para evitar escaladas de violência.

Rede de proteção e prevenção

Além da repressão policial, São Paulo aposta em uma estrutura robusta de acolhimento e proteção. O estado conta atualmente com 142 Delegacias de Defesa da Mulher, número muito superior ao de outras unidades da federação. Parte delas funciona em regime de atendimento 24 horas, inclusive com serviços digitais.

A secretária de Políticas para a Mulher, Adriana Liporoni, destaca que a prevenção é um dos pilares dessa política. Ferramentas como a DDM Online permitem que mulheres registrem boletins de ocorrência e solicitem medidas protetivas de qualquer local, reduzindo barreiras de acesso à Justiça.

SP Por Todas amplia alcance das políticas

Essas ações integram o movimento SP Por Todas, iniciativa do Governo do Estado voltada a fortalecer a autonomia feminina e a rede de proteção. Entre os principais instrumentos estão o aplicativo SP Mulher Segura, que conecta vítimas diretamente às forças policiais, e a expansão contínua dos serviços especializados.

O balanço divulgado considera dados acumulados até outubro, o que indica que o total de prisões pode ser ainda maior até o encerramento do ano, consolidando 2025 como um período de endurecimento no combate à violência contra a mulher em São Paulo.