20 de dezembro de 2025
REI DO BOLERO

Morre cantor Lindomar Castilho e feminicídio de esposa é lembrado

Por Da redação/Pira1 |
| Tempo de leitura: 2 min
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Lindomar Castilho morreu nesta sexta-feira, aos 65 anos, em Goiânia.

  O Brasil acordou com uma surpresa neste sábado. Morreu, aos 85 anos, em Goiânia, o cantor Lindomar Castilho, dono do clássico “Você é doida demais” e um dos maiores nomes da música popular romântica do país. A morte foi confirmada pela família, mas a causa não foi divulgada. O velório acontece nesta tarde, no Cemitério Santana.

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Lindomar ficou conhecido como o Rei do Bolero, título conquistado com músicas sofridas, cheias de paixão, ciúme e exagero — do jeito que o povo gosta. Nos anos 1970, ele virou febre nas rádios, vendeu milhões de discos e lotou shows por todo o Brasil. Um de seus maiores sucessos, “Eu vou rifar meu coração”, bateu a marca de meio milhão de cópias vendidas.

A canção “Você é doida demais” atravessou gerações e voltou a fazer sucesso anos depois, como tema de abertura do seriado Os Normais, mostrando que o som de Lindomar nunca saiu do coração do povo.

Mas a história do cantor também ficou marcada por um dos crimes mais chocantes do país. Em um episódio que parou o Brasil, a cantora Eliane de Grammont, ex-esposa de Lindomar, foi assassinada a tiros em pleno palco, durante uma apresentação em São Paulo. O crime chocou o país e virou símbolo da luta contra a violência doméstica, dando força ao grito que ecoa até hoje: “Quem ama não mata”.

Lindomar foi preso, condenado a 12 anos e cumpriu parte da pena em regime fechado. Anos depois, deixou a prisão e passou a viver de forma discreta, longe dos holofotes.

Nos últimos tempos, o cantor enfrentava sérios problemas de saúde. Diagnosticado com Parkinson, vivia recluso em Goiânia há cerca de dez anos. A confirmação da morte foi feita pela filha, Lili De Grammont, que publicou uma mensagem de despedida nas redes sociais, falando de dor, humanidade e aprendizado.

Lindomar Castilho se despede deixando um legado dividido entre o romantismo que embalou gerações e uma tragédia que mudou para sempre o debate sobre violência contra a mulher no Brasil. Uma vida intensa, polêmica e impossível de ser esquecida.