18 de dezembro de 2025
CONTRA FALSIFICAÇÃO

Mounjaro falso: fabricante cria sistema para identificar fraudes

Por Da redação |
| Tempo de leitura: 2 min
Divulgação

A circulação de versões falsificadas do Mounjaro acendeu um alerta no Brasil e levou a farmacêutica Eli Lilly a lançar um novo recurso de verificação para proteger pacientes e profissionais de saúde. Chamado de LillyScan, o sistema permite identificar se o medicamento é original por meio da leitura do QR Code presente na embalagem, reforçando o combate a produtos irregulares vendidos como alternativa ao remédio.

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O Mounjaro é indicado para o tratamento da diabetes tipo 2 e da obesidade e tem venda controlada, com exigência de prescrição médica e retenção de receita. O alto custo e a procura crescente impulsionaram o mercado paralelo, com ofertas de versões manipuladas, genéricas ou até homeopáticas — nenhuma delas aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Segundo a Eli Lilly, o uso desses produtos representa um risco significativo à saúde. Diferentemente do medicamento original, versões falsas não passam por estudos rigorosos de qualidade, eficácia, segurança e monitoramento de efeitos adversos. Na prática, isso significa que o conteúdo pode não ter o princípio ativo correto, apresentar dosagens inadequadas ou até conter substâncias impróprias.

Entre os principais perigos estão falhas no tratamento, reações adversas inesperadas, intoxicações e efeitos colaterais graves. Outro ponto crítico é a possibilidade de contaminação, já que esses produtos podem ser fabricados fora de ambientes estéreis, favorecendo a presença de bactérias, endotoxinas e impurezas. Misturas sem respaldo científico também aumentam o risco de interações nocivas.

A ferramenta LillyScan funciona de forma simples: basta acessar o site da fabricante e escanear o QR Code da caixa ou da caneta injetável com o celular. O sistema confere se o número de série corresponde a um medicamento produzido pela Lilly e autorizado para venda no Brasil. Todos os produtos originais contam com esse código de identificação.

A empresa também reforça que itens vendidos apenas como tirzepatida, sem a marca Mounjaro, não são fabricados nem comercializados pela Lilly e não possuem aprovação da Anvisa ou de outras agências regulatórias internacionais.

Aplicado uma vez por semana, o Mounjaro atua na redução do apetite e no controle da glicemia. Em estudos clínicos, voluntários chegaram a perder até 20% do peso corporal. O efeito ocorre porque a tirzepatida imita dois hormônios ligados à saciedade e ao metabolismo, o GLP-1 e o GIP, potencializando o emagrecimento. O uso é indicado para pacientes entre 20 e 79 anos, sempre com acompanhamento médico.