Alterações nos pés podem indicar complicações do diabetes e servem como sinal para avaliação médica e revisão do controle da doença, apontam especialistas.
Quando a glicemia permanece descontrolada, é comum o surgimento de perda de sensibilidade, ressecamento, rachaduras, feridas e mudanças de cor ou temperatura nos pés. Esses achados estão associados ao chamado pé diabético, quadro que pode evoluir para infecções e amputações.
Feridas que não cicatrizam, áreas avermelhadas, inchadas ou quentes, sensação de queimação, dormência e formigamento exigem atenção imediata. A dificuldade em perceber pequenos machucados é indicação de neuropatia, dano nos nervos provocado pelo diabetes.
Profissionais de saúde recomendam que pessoas com diabetes façam autoexame diário dos pés, inclusive quem recebeu o diagnóstico recentemente. Pequenas lesões podem se agravar rapidamente por causa da cicatrização prejudicada.
Má circulação e neuropatia favorecem o aparecimento de úlceras e infecções. O risco é maior em quem convive com a doença há mais de dez anos, apresenta complicações como retinopatia ou nefropatia, ou já teve alterações anteriores nos pés.
O Ministério da Saúde informa que o pé diabético está entre as principais causas de amputação na rede pública, com dezenas de procedimentos desse tipo registrados por dia. Traumas, calçados inadequados, andar descalço e objetos esquecidos dentro do sapato são fatores que aumentam o risco de feridas, muitas vezes não percebidas pelo paciente.
Entre as orientações de prevenção estão: examinar os pés diariamente, lavar e secar bem, sobretudo entre os dedos, usar hidratante apenas nas áreas ressecadas (evitando o espaço entre os dedos) e cortar as unhas retas. Especialistas desaconselham retirar calos ou mexer em feridas em casa; o ideal é procurar podólogo ou equipe de saúde.
Recomenda-se o uso de calçados fechados, macios e sem costuras internas, além de evitar andar descalço ou usar sapatos apertados. Verificar o interior dos calçados antes de calçá-los também faz parte dos cuidados.
O controle da glicemia continua sendo a principal forma de evitar complicações. Atividade física regular, alimentação planejada e acompanhamento médico são apontados como pilares para preservar a saúde dos pés. Diante de qualquer alteração, a orientação é buscar atendimento imediato para reduzir o risco de infecções, úlceras graves e necessidade de amputação.