A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou, nesta semana, a proibição imediata da fabricação, comercialização, importação, distribuição, divulgação e consumo de diversos suplementos alimentares e produtos para controle de peso.
A medida atinge também um adoçante de uso doméstico e um composto vendido ilegalmente como alternativa ao medicamento Mounjaro.
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Entre os itens suspensos estão todos os suplementos da marca Angry Supplements, de origem desconhecida, amplamente anunciados em plataformas de e-commerce.
Segundo a Anvisa, esses produtos não possuem registro no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e apresentam múltiplas irregularidades, como a ausência de rotulagem em português, falta de informações obrigatórias (lista de ingredientes, valores nutricionais e advertências) e inexistência de fabricante ou importador nacional identificado.
Também foi determinado o recolhimento do adoçante Impossible Sugar Veganutris, fabricado pela empresa Rubali Alimentos.
A agência aponta que o produto, vendido como “zero açúcar”, contém 3,9 g de açúcares totais a cada 100 g, contrariando a alegação nutricional do rótulo. Além disso, o adoçante traz inulina, ingrediente não autorizado para essa categoria, e falhas na rotulagem — como a ausência de denominação de venda, instruções de uso e preparo.
A Anvisa ainda interditou todos os produtos fabricados pela Jane Alves Shape Caps, determinando a apreensão imediata de seus estoques. As restrições valem para os seguintes itens: Shape Turbo, Shape Caps, Detox Bitlife, Black Turbo (marca Bitlife), Desejo Turbo Feminino (marca Bitlife) e Desejo Turbo Masculino (marca Bitlife) — todos os lotes. Conforme a agência, a empresa responsável não possui registro, notificação ou cadastro junto ao SNVS e não foi possível identificar sua origem.
A ação da Anvisa também alcançou o produto Tirzepatida T.G.5, cuja comercialização e uso foram proibidos em todo o território nacional. O composto faz referência à tirzepatida, princípio ativo do medicamento Mounjaro, fabricado pela farmacêutica Eli Lilly e aprovado para o tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2.
A agência informou que o produto apreendido tem origem desconhecida e é divulgado ilegalmente como se fosse o medicamento original. Atualmente, apenas a Eli Lilly possui autorização para comercializar a substância no Brasil, e a venda de versões não registradas é considerada um crime sanitário.
Em nota oficial, a Rubali Alimentos declarou que está colaborando integralmente com a Anvisa para esclarecer as irregularidades apontadas e afirmou que o caso faz parte de um “procedimento administrativo de rotina”.
A empresa reforçou seu compromisso com a transparência e a conformidade regulatória, assegurando que trabalha para atender a todas as exigências técnicas e documentais.