Com população estimada em 438.827 habitantes, segundo o IBGE, Piracicaba apresenta um quadro religioso que, embora ainda marcado pela predominância do catolicismo, revela sinais de pluralidade crescente. Mais da metade dos piracicabanos (52,16%) se declararam católicos, enquanto os evangélicos representam 30,87% da população. Pessoas sem religião somam 9,38%, superando a soma de adeptos de outras crenças minoritárias.
Entre essas minorias, destacam-se os espíritas, com 2,32% dos moradores, seguidos por praticantes de umbanda e candomblé (0,81%). As religiões de tradição indígena aparecem com a menor representatividade, com 0,01% das declarações.
VEJA MAIS:
BRASIL
Os dados divulgados pelo IBGE, confirmam uma tendência que se consolida desde as últimas décadas: a redução da hegemonia católica e o avanço das igrejas evangélicas no Brasil. Em 2010, 65,1% da população com 10 anos ou mais se declarava católica; em 2022, esse número caiu para 56,7%. Em números absolutos, isso representa uma queda de mais de 5 milhões de pessoas.
Enquanto isso, os evangélicos cresceram de 21,6% para 26,9% no mesmo período, alcançando 47,4 milhões de brasileiros. Também aumentou a proporção dos que se declaram sem religião (de 7,9% para 9,3%) e dos praticantes de religiões como umbanda e candomblé (de 0,3% para 1,0%).
A distribuição dessas crenças varia regionalmente. O catolicismo permanece mais forte no Nordeste (63,9%) e Sul (62,4%), enquanto os evangélicos têm sua maior concentração na Região Norte (36,8%). A Região Sudeste lidera em diversidade: é onde há mais espíritas (2,7%), praticantes de outras religiões (4,9%) e pessoas sem religião (10,5%).
Entre os estados, o Piauí registrou a maior proporção de católicos (77,4%), e o Acre, a maior de evangélicos (44,4%). Já Roraima lidera em percentual de pessoas sem religião (16,9%), além de ter os maiores índices de tradições indígenas (1,7%) e outras religiosidades (7,8%).
A responsável pela análise dos dados, Maria Goreth Santos, lembrou que, em 1872, o primeiro censo religioso brasileiro não permitia alternativas além do catolicismo. Segundo ela, as transformações sociais ao longo dos anos exigiram a constante atualização dos instrumentos do IBGE, permitindo hoje um retrato mais fiel da pluralidade religiosa do país.