O indicador de preços do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) da Esalq (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz) de Piracicaba registrou o maior preço do café arábica tipo 6 da história. As cotações começaram a ser registradas em setembro de 1997. De acordo com os estudos, o valor médio até 27 de janeiro estava em R$ 2.301,6 a saca com 60 quilos. O valor representa um aumento de 6,8% com relação a dezembro do ano passado, somando R$ 146,72 no valor. O café Arábica é o tipo mais produzido e vendido no Brasil.
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De acordo com a pesquisa do Cepea, o preço do café registrou altas de até 100% em 2024 por conta da oferta limitada do produto no mercado doméstico e, também, no Vietnã, outra importante produtora. Segundo o Centro, na capital paulista, o preço do café arábica, tipo 6, está acima dos R$ 1.800 a saca de 60 de quilos. Esse é o maior patamar real atingido desde 27 fevereiro de 1998, segundo os pesquisadores do setor. O aumento do preço se deve por conta da grande quantidade de café já negociada, segundo a pesquisa.
Ainda segundo o relatório, as exportações brasileiras dos cafés arábica e robusta já batem 22 milhões de sacas de 60 quilos cada uma apenas nos primeiros cinco meses da safra 2024/2025, o que já representa quase metade da exportação de toda a safra 2023/2024.
Outro índice da Esalq, o ICB (Índice da Cesta Básica) mostrou que o preço do café em pó vendido nos supermercados de Piracicaba também aumentou. Segundo o estudo divulgado pela Esalq, em dezembro de 2024, o preço do café aumentou 7,34% com relação a novembro. O pacote de 500 gramas passou de R$ 20,71 para R$ 22,23, em média. em um ano, o aumento foi de 46,35%, já que em novembro de 2023, a média do preço do café em pó era de R$ 15,19 em Piracicaba.
Segundo o estudo, nesse caso, o aumento do preço aconteceu por conta de outros fatores além da venda para o mercado externo. “Segundo especialistas, o aumento no preço foi causado pelas condições climáticas desfavoráveis — estiagem e calor — que ocorreram em diversos períodos do ano, especialmente após abril de 2024, resultando em uma colheita abaixo do esperado e, consequentemente, em uma baixa oferta e redução nos estoques por parte dos comerciantes”, informou o boletim do Cepea.