Nesta sexta-feira (6), por volta de 50 familiares das vítimas da tragédia aérea da Voepass, que ocorreu em 9 de agosto, em Vinhedo, São Paulo, devem comparecer à sede do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), em Brasília. O grupo acompanhará a apresentação do relatório preliminar que abordará as circunstâncias da queda da aeronave, um ATR 72 da Voepass, que resultou na morte de 62 pessoas.
A reunião com os familiares está marcada para as 14h, e a empresa aérea providenciará o transporte até o local. A divulgação do relatório à imprensa está prevista para as 17h, também no Cenipa. Outra investigação paralela está sendo conduzida pela Polícia Federal, que aguarda laudos do Instituto Nacional de Criminalística e da Força Aérea Brasileira (FAB) para avançar na apuração.
Segundo ex-funcionários da Voepass, havia relatos de problemas nas aeronaves da empresa, incluindo uma solução improvisada com palitos de fósforo no sistema antigelo. Enquanto isso, o Cenipa já transcreveu duas horas de áudio do gravador de voz da cabine, que revela as tentativas desesperadas da tripulação de estabilizar o avião após a perda de sustentação. O copiloto, Humberto de Campos Alencar e Silva, foi ouvido instruindo o piloto a "dar potência", mas sem sucesso. A gravação finaliza com gritos e o som do impacto da aeronave.
A investigação do Cenipa é focada em identificar os fatores que contribuíram para o acidente, enquanto a Polícia Federal busca apontar possíveis responsáveis. O relatório parcial será enviado à Organização Internacional da Aviação Civil até 9 de setembro, mas a investigação completa pode levar mais de um ano para ser concluída.