O desastre ambiental que atingiu o Rio Piracicaba chegou ao Tanquã, o mini pantanal paulista. A tragédia teve início no dia 7 de julho, quando uma mortandade de peixes foi registrada no Rio Piracicaba. Uma semana depois, uma nova mortandade foi registrada no Tanquã, na última segunda-feira (15). No centro da questão ambiental, está a Usina São José, que foi identificada pela Cetesb como fonte do poluente que deu início às mortes dos peixes.
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A primeira mortandade foi registrada no Rio Piracicaba no domingo (7), quando o Semae (Serviço Municipal de Água e Esgoto) identificou uma taxa baixa de oxigênio na água após peixes mortos aparecerem nas margens do rio. A Polícia Militar Ambiental e a Patrulha Ambiental da GCM (Guarda Civil Metropolitana) foram acionadas. A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) identificou que a causa da morte dos peixes foi um despejo de poluentes que aconteceu no Ribeirão Tijuco Preto, um dos afluentes do Rio Piracicaba.
Mais tarde, a Cetesb identificou que a fonte dos poluentes é a Usina São José, produtora de açúcar e álcool, localizada às margens do ribeirão, na cidade de Rio das Pedras. O despejo foi encerrado. Após a mortandade, a Prefeitura de Piracicaba acionou o Ministério Público para a apuração. Segundo a Cetesb, a multa pode chegar em até R$ 50 milhões.
Apontada como fonte dos poluentes, a Usina São José, que faz parte do Grupo Farias, não se manifestou até agora sobre o caso. Segundo a Cetesb, em 2018, a empresa foi advertida por operar sem a licença obrigatória. Em 2024, a mesma empresa foi multada em R$ 48 mil por corte irregular de árvores nativas em uma APP (Área de Preservação Permanente) em Rio das Pedras.
Na segunda-feira (15), uma nova mortandade de peixes foi registrada no Tanquã, o chamado mini pantanal paulista, na divisa entre Piracicaba e São Pedro. Segundo a Cetesb, a mortandade foi causada pelos poluentes liberados pela usina em Rio das Pedras. A mortandade registrada no local é um novo caso. Por conta disso, a Prefeitura de Piracicaba informou que vai precisar contratar uma empresa especializada de forma emergencial para retirar os peixes mortos do local.
A Cetesb deve divulgar nos próximos dias qual pena será aplicada à Usina São José.