CONFIRA 11 DICAS

Muita chuva: veja como evitar a proliferação do Aedes aegypti

Por Redação | Governo do Estado de São Paulo
| Tempo de leitura: 5 min
Instituto Butantan/Governo de SP
Objetos mal acondicionados ou deixados ao ar livre podem virar foco de reprodução do mosquito por conta do acúmulo de água parada
Objetos mal acondicionados ou deixados ao ar livre podem virar foco de reprodução do mosquito por conta do acúmulo de água parada

O Brasil oferece ambientes bastante propícios para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, Zika e chikungunya, principalmente na época de chuvas. Antes endêmico de regiões mais quentes e litorâneas, hoje ele está amplamente distribuído por todo o território nacional, tendo sido registrado em mais de 90% dos municípios, segundo o Ministério da Saúde. Essa disseminação é resultado de uma combinação de fatores climáticos, geográficos e sociais, como temperatura e umidade do ar elevadas durante boa parte do ano, urbanização desordenada e falta de saneamento básico adequado.

O resultado é que, até o início de novembro deste ano, a dengue já superava os 6,6 milhões de casos prováveis no Brasil, recorde histórico da doença, e a chikungunya acumulava mais de 265 mil registros – cerca de 100 mil a mais quando comparado a 2023. A forma mais efetiva de reduzir tais índices, e prevenir a disseminação das chamadas arboviroses, continua sendo combater a cadeia de reprodução do mosquito, conhecido por se desenvolver em ambientes de água parada. De acordo com o Ministério da Saúde, 75% dos focos de criadouros do inseto estão localizados dentro dos domicílios, e dez minutos semanais de dedicação seriam suficientes para eliminá-los e interromper o ciclo de reprodução do vetor.

Confira 11 dicas para colocar em prática já e deixar sua residência livre do Aedes aegypti:

  1. Mantenha a caixa d’água totalmente vedada e avalie a possibilidade de colocar uma tela na saída do ladrão. O mesmo cuidado é válido para cisternas e tonéis que servem como reservatório de água;
  2. Feche bem os sacos de lixo e procure colocá-los em locais mais altos, fora do alcance de animais. Já as lixeiras devem permanecer sempre muito bem tampadas;
  3. Avalie quais pratinhos de plantas podem ser eliminados e preencha com areia até a borda aqueles que forem mantidos;
  4. Dispense corretamente no lixo qualquer tipo de objeto que não seja utilizado e tenha potencial para acumular água. Garrafas, potes e vasos devem estar vazios e, se possível, tampados;
  5. Retire folhas, galhos e sujeiras que impeçam o livre escoamento da água da chuva pelas calhas;
  6. Instale telas nos ralos e mantenha-os sempre limpos. Caso estejam fora de uso, deixe-os muito bem tampados – o mesmo é válido para sanitários que são utilizados eventualmente;
  7. Limpe e seque as bandejas de ar-condicionado e geladeira – modelos mais antigos do eletrodoméstico podem ter o reservatório na parte de trás;
  8. Utilizando a parte mais áspera da bucha, esfregue muito bem o fundo e as laterais de potes de água oferecidos a animais, assim como qualquer outro apetrecho usado para guardar água;
  9. Na área de serviço, mantenha baldes e outros utensílios virados com a boca para baixo;
  10. Estique ao máximo as lonas usadas para cobrir objetos, evitando a formação de poças d’água em caso de chuva;
  11. Mantenha em dia a manutenção de piscinas. Os cuidados semanais incluem sanitização da água com cloro e a limpeza das bordas.

Dicas extras para reforçar o cuidado com a sua família:

  • Instale barreiras físicas, como telas nas janelas e portas, além de mosquiteiros em cima de camas e berços.
  • Caso seja possível, use roupas claras e que cubram boa parte do corpo.
  • Aplique repelente na parte da pele que ficar exposta e, também, por cima da própria roupa. Grávidas estão liberadas para usar o produto, desde que esteja registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Já os menores de 2 anos não podem usar repelentes à base de DEET; para crianças entre 2 e 12 anos, a concentração da substância não pode ultrapassar os 10% e a aplicação deve se restringir a três vezes por dia.

O ciclo reprodutivo do mosquito e a transmissão da dengue

A cada postura, as fêmeas do Aedes aegypti depositam centenas de ovos na parede de criadouros em potencial, geralmente localizados próximos a uma superfície de água. Escuros e menores do que um grão de areia, os ovos podem durar mais de um ano caso permaneçam em ambiente seco, mas eclodem rapidamente assim que entram em contato com a água. Em apenas sete dias, as larvas completam seu ciclo de transformação.

Na fase adulta, o mosquito apresenta coloração marrom e listras brancas bastante características nas regiões das pernas e do tórax. Capaz de viver por mais de 45 dias, o Aedes aegypti possui hábitos diurnos, geralmente se alimentando e se reproduzindo à luz do dia. As fêmeas são as únicas capazes de picar humanos, uma vez que precisam de uma fonte de proteína (sangue) para a maturação dos ovos – se ela estiver infectada, é nesse momento que ocorre a transmissão do vírus da dengue.

Os primeiros sintomas da doença aparecem, em média, cinco dias após a picada do mosquito transmissor e o quadro costuma incluir febre repentina, dor de cabeça, muscular e atrás dos olhos, e prostração. Vômitos persistentes, dor abdominal intensa e sangramento de mucosa são sinais de alerta. Diante de qualquer um desses sinais, a pessoa deve procurar o serviço de saúde imediatamente.

Vacina contra dengue

Em 2024, o Ministério da Saúde deu início à estratégia inédita de vacinação contra o vírus da dengue. Ao lado das medidas de combate ao vetor, a imunização é uma das formas mais eficientes de prevenir a doença. Em um primeiro momento, o produto foi indicado às crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos de idade que residem em municípios com mais de 100 mil habitantes e registraram alta transmissão do vírus nos últimos dez anos. A vacina é recomendada independentemente de infecção prévia e o esquema é composto por duas doses com intervalo de três meses.

Desde 2009, o Instituto Butantan trabalha no desenvolvimento de um imunizante contra a dengue, que se encontra em fase final de regulação junto à Anvisa. Capaz de proteger contra os quatro tipos circulantes do vírus e aplicada em dose única, a expectativa é que a vacina esteja disponível em breve para toda a população brasileira.

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