O Guia Salarial 2025 da Robert Half revela que 44% das empresas brasileiras planejam abrir vagas permanentes no próximo ano, enquanto 32% pretendem expandir alocações temporárias para projetos de até seis meses. Em sua 17ª edição, o estudo destaca as principais tendências de recrutamento, setores em crescimento, habilidades mais demandadas e perspectivas salariais nas áreas de Engenharia, Finanças e Contabilidade, Jurídico, Mercado Financeiro, Recursos Humanos, Seguros, Tecnologia, Vendas e Marketing.
Segundo Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, o mercado brasileiro atravessa um momento peculiar e, caso as projeções macroeconômicas se mantenham positivas, é esperado um aumento das pressões salariais ao longo do próximo ciclo.
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“Com taxas de desemprego em níveis historicamente baixos, somadas à escassez de talentos qualificados e um sentimento de insegurança generalizado, o recrutamento especializado torna-se uma ação estratégica. Já observamos um incremento significativo no salário-base, entre 20% e 30%, em propostas de mudança de emprego”, afirma Mantovani.
O Guia Salarial 2025 aponta setores em destaque para o próximo ano, como agronegócio, infraestrutura, saúde e equipamentos médicos, além do atacarejo e bens de consumo.
“O Brasil é fortemente influenciado pelo agronegócio e, atualmente, vemos uma clara expansão no mercado de óleo e gás, setor que deve permanecer aquecido nos próximos anos”, comenta Mantovani. Ele também ressalta o aumento de investimentos em infraestrutura, impulsionado por concessões e leilões recentes que injetam recursos na economia e estimulam novas contratações.
Educação continuada demanda disciplina
Mantovani enfatiza a importância da educação continuada como diferencial em um mercado cada vez mais competitivo. “O lifelong learning demanda disciplina e visão estratégica. Não é necessário inventar a roda; profissionais devem investir em habilidades fundamentais, como o domínio de idiomas. No Brasil, a baixa fluência em inglês é um fator crítico que ainda limita a empregabilidade de muitas pessoas”, pontua.
O executivo aconselha os profissionais a alinharem suas escolhas de aprimoramento às suas ambições de carreira. “Se o objetivo é alcançar um cargo de liderança, por exemplo, é interessante observar o perfil de quem já ocupa essas posições e identificar as qualificações e cursos que os destacam. Investir em capacitação é indispensável. Profissionais que não buscam aprimoramento certamente ficarão para trás em um mercado em constante transformação”, conclui.
Modelos de trabalho: uma discussão sem consenso
Outro ponto de destaque são os modelos de trabalho, tema que continua gerando discussões no mercado. A preferência por jornadas flexíveis é motivada pela busca de equilíbrio entre a produtividade e a qualidade de vida dos profissionais. No entanto, há um movimento significativo, por parte das empresas, de um retorno mais contundente aos escritórios.
"Alguns líderes têm receio de adotar um formato mais rígido e acabar perdendo talentos, assim como a flexibilidade que o modelo híbrido oferece até para eles próprios. O ideal é que cada atividade seja corretamente dimensionada para o modelo de trabalho escolhido”, reflete Mantovani.
Ele observa que o trabalho remoto trouxe benefícios, mas também desafios de organização e produtividade. “Muitos profissionais, ao trabalhar de casa, acabam incorporando tarefas pessoais à rotina de trabalho, o que dificulta a delimitação entre vida profissional e pessoal. No escritório, isso naturalmente se restringe. Essa confusão de limites ainda gera dúvidas nas empresas sobre o real impacto na produtividade”.
Apesar das incertezas, Mantovani acredita que o modelo 100% remoto dificilmente voltará a ser a norma para a maioria das empresas, ainda que o formato híbrido deva permanecer, principalmente em um regime de dois dias remotos e três presenciais, por conta dos baixos níveis de desemprego.
“Muitos profissionais resistem ao retorno total ao escritório, considerando fatores como tempo de deslocamento e gastos com transporte. Por outro lado, empresas mantêm certa apreensão quanto à produtividade no home office, o que contribui para esse impasse”, finaliza o diretor-geral da Robert Half.
Setores mais aquecidos
Agronegócio
Atacarejo
Bens de consumo
Infraestrutura
Saúde e equipamentos médicos
Áreas funcionais com maior demanda de contratações
Inteligência artificial/Automação/Aprendizado de máquina
Serviços de TI/Suporte/Operações
Contabilidade
Atendimento ao cliente
Hard skills mais valorizadas
Inteligência Artificial/Automação/Aprendizado de máquina
Análise de dados
Idiomas (destaque para o inglês)
Tecnologia imersiva
Soft Skills em alta
Inteligência emocional
Pensamento crítico
Comunicação
Liderança
Resolução de Problemas
Profissões em alta para 2025
- ENGENHARIA
- FINANÇAS E CONTABILIDADE
- JURÍDICO
- MERCADO FINANCEIRO
- RECURSOS HUMANOS
- SEGUROS
- TECNOLOGIA
- VENDAS E MARKETING
Sobre o Guia Salarial da Robert Half
O Guia Salarial da Robert Half é uma das mais respeitadas fontes de informação sobre remuneração e tendências de recrutamento para auxiliar empresas e profissionais a tomarem as melhores decisões. Traz a tabela salarial de mais de 300 cargos em diversas áreas, apresenta profissões e habilidades mais demandadas em todas as divisões de atuação da consultoria, com dados que refletem a realidade de vagas trabalhadas na Robert Half e informações das salas de entrevista.