A Polícia Federal revelou que o líder da organização criminosa desmantelada pela Operação Tai-Pan, deflagrada nesta terça-feira (26), tinha a capacidade de movimentar até R$ 2 milhões por dia em transações ilícitas. A rede criminosa, que funcionava como um sistema financeiro paralelo, envolvia sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com ramificações no Brasil e no exterior. Na ação, os policiais conseguiram apreender mais de R$ 1,5 milhão em espécie.
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De acordo com os investigadores, o grupo liderado por um empresário de origem chinesa utilizava uma complexa estrutura de fintechs, criptoativos e empresas de fachada para movimentar recursos. Os valores eram coletados em espécie em comércios e redes varejistas e, posteriormente, transferidos para contas em países como Hong Kong e China, principais destinos do dinheiro ilícito.
Impacto financeiro e estrutura
Nos últimos cinco anos, o esquema movimentou R$ 6 bilhões, sendo R$ 800 milhões apenas em 2024. A operação mobilizou 200 agentes da Polícia Federal para cumprir 16 mandados de prisão preventiva e 41 de busca e apreensão em oito estados e no Distrito Federal. A Justiça Federal bloqueou bens e valores que ultrapassam R$ 10 bilhões, distribuídos entre mais de 214 empresas.
Além da movimentação diária milionária do líder, o esquema contava com a participação de gerentes bancários, contadores e até policiais. Os envolvidos responderão pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas, com penas que podem superar 35 anos de prisão.
O nome da operação, "Tai-Pan", faz referência ao termo que significa "chefe supremo", inspirado em um personagem literário do século XIX ligado ao comércio global chinês.