EM BAURU

Impasse continua e subsídios de tarifas já acumulam R$ 600 mil

Por André Fleury Moraes | da Redação
| Tempo de leitura: 3 min
Guilherme Matos
Estudante no transporte coletivo em Bauru. Prazo de validade do subsídio tarifário venceu em 31 de outubro sem definição sobre eventual prorrogação do benefício
Estudante no transporte coletivo em Bauru. Prazo de validade do subsídio tarifário venceu em 31 de outubro sem definição sobre eventual prorrogação do benefício

Passados 11 dias desde o fim da vigência do subsídio sobre a tarifa do transporte coletivo urbano e sem reajuste proporcional à passagem, empresas responsáveis pelo setor já acumulam pelo menos R$ 600 mil em valores em aberto.

O valor calculado pelo JC leva em consideração a média de usuários que utilizam o transporte diariamente multiplicado pelos 75 centavos aportados por bilhete pela administração.

O prazo de validade do subsídio tarifário venceu em 31 de outubro sem definição sobre eventual prorrogação. A prefeitura até enviou projeto à Câmara ampliando em seis meses o prazo de vigência - mas o texto chegou a apenas 10 dias do término do benefício e não pôde ser votado a tempo até o momento.

Na semana passada, o governo Suéllen Rosim (PSD) criticou a demora para se aprovar o texto na Casa - embora tenha enviado com atraso o projeto de lei - e disse que a tarifa poderia subir caso o projeto não fosse aprovado até a sessão desta segunda-feira (11).

O texto, porém, sequer entrou na pauta da reunião legislativa porque vereadores querem aprofundar a análise da proposta, sobretudo diante de apontamentos da Procuradoria da própria prefeitura.

O procurador Elton Johnny Petini afirmou em parecer que "os autos [do projeto de lei] não foram instruídos com documentos acerca dos custos operacionais e tributários e tampouco foram juntados estudos e demonstrativos que comprovem, a saciedade, a ocorrência da álea extraordinária".

A Procuradoria não viu obstáculos à renovação do subsídio desde que superados esses apontamentos.

Emenda

O governo chegou a encaminhar na semana passada uma emenda que garantiria o pagamento retroativo do subsídio. Ressaltou, porém, que aguardava a aprovação do projeto nesta semana.

"Para viabilizar a manutenção do valor, uma vez que a lei anterior venceu no dia 31 de outubro, a prefeitura vai enviar uma emenda permitindo que o pagamento seja retroativo desde o início deste mês", disse a administração em nota.

"A expectativa é que o projeto retorne para a pauta da Casa de Leis na segunda-feira (11), e caso seja aprovado, a tarifa vai seguir no valor de R$ 5,00 para a população. No entanto, caso não seja aprovado, uma nova reunião discutirá, na semana que vem, a possibilidade de reajuste da tarifa para os usuários do transporte coletivo do município", prosseguiu.

Sem decisão legislativa, então, o JC indagou a prefeitura nesta segunda sobre se haveria uma definição a respeito do valor da tarifa.

A princípio o governo disse que não seria possível encaminhar uma posição porque o projeto não entrou na pauta. O JC explicou que o pedido por um posicionamento veio justamente por isso. Mas a reportagem não recebeu resposta da assessoria de comunicação.

A proposta que dá mais seis meses de tarifa subsidiada para o transporte coletivo poderia ter sido encaminhada a qualquer tempo, inclusive no final do ano passado ou começo deste ano. Isso porque o PL somente altera o prazo para 18 meses o dispositivo original do projeto, que prevê 12 meses de vigência do benefício. Só chegou ao Legislativo, porém, a 10 dias do fim da vigência do prazo de validade - o que levou vereadores de oposição a aventar, inclusive, que o atraso tenha sido proposital. Na prática, os 75 centavos que a prefeitura aporta por bilhete têm sido pagos pela concessionária do setor.

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