HISTÓRIA

Projetado há 8 anos, monumento do Comurba ainda espera construção

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
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Reprodução

Um monumento feito em cimento, que eterniza o nome das vítimas da maior tragédia da história de Piracicaba, que completou 60 anos na última quarta-feira (6). A obra já está planejada, com modelo feito em 3D por programas de computador, aguardando há 8 anos para ser executada. A esperança do artista plástico Palmiro Romani, idealizador do monumento, é a de que, em breve, o projeto saia da imaginação e se torne real.

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Aos 8 anos de idade, Romani presenciou a tragédia do Edifício Luiz de Queiroz, nome oficial do Comurba. Naquele dia 6 de novembro de 1964, um enorme estrondo seguido por uma densa nuvem de poeira, tomou conta da cidade de Piracicaba. “Eu estava brincando com meus amigos na rua, quando escutei um barulho enorme, uma poeira tomou conta da cidade e a gente não conseguia ficar com os olhos abertos. Não dava para enxergar um metro de distância, quando ouvi minha mãe desesperada chamando meu nome e muito preocupada com meu pai que estava no centro, pois a nossa loja está a 200 metros da tragédia”, disse. “Mas não era só a minha mãe que estava desesperada, todos os nossos vizinhos saíram na rua tentando entender o que havia acontecido”, completou.

Segundo Romani, a história do Comurba apareceu durante uma conversa em família, oito anos atrás. A surpresa foi quando seu filho, Thiago Romani, que é comandante na aviação e com pós graduado no ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica), perguntou, do que se tratava essa tragédia: “o que era o Comurba?”. Então ele percebeu que precisava fazer algo para que a história não ficasse perdida. “Naquela noite debrucei nos meus estudos e comecei a fazer os primeiros traços para o conceito desta triste história da nossa cidade”, disse.

À época, quando ocupava o cargo de diretor cultural da Acipi (Associação Comercial e Industrial de Piracicaba), apresentou o trabalho, primeiro ao presidente, na época Luiz Carlos Furtuoso, e o vice Jorge Aversa, Depois para toda a diretoria a ideia de um monumento e um memorial digitalizado no Poupatempo, onde ficava o prédio. Em seguida Furtuoso e Romani apresentaram o projeto de revitalização da Praça José Bonifácio que o artista tinha projetado e o monumento, para o então prefeito da época, Barjas Negri. “Infelizmente não conseguimos” diz o artista.

O projeto, porém, foi esquecido durante a pandemia de covid-19. Hoje, Romani, que também é o autor do monumento em comemoração dos 150 anos da Imigração Italiana, que está localizado no Parque da Rua do Porto, vê com entusiasmo o projeto de lei da vereadora Silvia Morales ser aprovado para que esta história não se perca no tempo.

O conceito do monumento que ele projetou, é uma placa de cimento parecendo em queda. Os nomes dos mortos identificados foram gravados nesta parede. “Atrás os escombros do edifício entulhado e em cima um lenço branco parecendo que furou a placa de concreto, saindo dos escombros e subindo suavemente para o céu. Em volta um jardim de flores e um lugar para que as pessoas possam prestar as suas homenagens”, explica. “Espero que agora possamos conseguir”, completa Romani.

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