RIO DE JANEIRO

Perícia confirma que crianças foram envenenadas com chumbinho

Por Bruna Fantti | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/TV Globo
Ythallo morreu no dia 30 de setembro.
Ythallo morreu no dia 30 de setembro.

Laudo do IML (Instituto Médico Legal) do Rio de Janeiro confirmou que Ythallo Raphael Tobias Rosa, 6, e Benjamim Rodrigues Ribeiro, 7, morreram envenenados com chumbinho, veneno ilegal cujo uso foi difundido como raticida.

Leia também: 'Aproveitaram fome para matá-lo', diz tia de criança envenenada

Leia também: Mulher é suspeita de dar doce envenenado a crianças; uma morreu

Ythallo morreu no dia 30 de setembro. Ele chegou a ser atendido na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) de Del Castilho, na zona norte do Rio, mas não resistiu. Benjamim, que foi socorrido para o mesmo local, teve morte cerebral confirmada nesta quarta (9).

A Folha confirmou com a Polícia Civil que a única linha de investigação é a de que uma mulher em uma moto tenha dado um bombom envenenado para as crianças. Ainda segundo a polícia, as imagens estão sendo analisadas para confirmar a identificação.

De acordo com a polícia, imagens de uma mulher, assim como o modelo da moto com as mesmas características mencionadas pelas testemunhas, já foram localizadas nas gravações, mas a identidade da suspeita só será divulgada quando não houver mais dúvidas sobre a participação da mesma no crime.

A cautela, afirmou o investigador, seria para evitar um possível linchamento.

O laudo do IML apontou alta concentração de "terbufós-sulfúrico, sendo este último produto da degradação e metabolização do terbufós". O legista acrescentou que essa substância é do grupo dos organofosforados, popularmente conhecida como chumbinho.

As crianças, que estudavam na mesma escola, tinham retornado da aula e estavam brincando na rua. Segundo o primo de Ythallo, uma mulher com capacete e luvas ofereceu o bombom.

O parente de Ythallo não quis comer o doce, mas o menino aceitou e dividiu com Benjamim.
O enterro de Ythallo foi marcado por protestos. "Acabaram com a vida dele. Por quê, meu Deus?

Levaram o nosso menino. Aproveitaram a fome dele para matar. Que mundo é este? Que vida é essa em que as nossas crianças não podem nem brincar em paz? Ela matou um anjo, o Ythallo só tinha 6 anos", gritou Michele Tobias, tia da criança, enquanto o corpo era enterrado.

Comentários

Comentários