DAS PÁGINAS ÀS TELAS

Livro de suspense de Piracicabano vira adaptação premiada

Por Roberto Gardinalli | roberto.gardinalli@jpjornal.com.br
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação

O que vem à sua mente quando você imagina uma cozinha? Provavelmente, é um ambiente aconchegante, de onde saem inúmeras receitas, com os melhores ingredientes e sempre com uma história afetiva, relacionada à família ou momentos especiais. Se sua memória remete a essas características quando você pensa em uma cozinha, prepare-se para encontrar um ambiente bem diferente ao abrir o livro do Melhores Cortes, do piracicabano Vitor Formaggio. A obra, de suspense e terror, tem a cozinha como pano de fundo, mas os principais ingredientes desta receita são a luta pela sobrevivência, descobertas perturbadoras e teias de traição.

Lançado na Bienal do Livro de São Paulo no último dia 14 de setembro e usado como inspiração para uma série, disponível em canais de streaming, o livro conta a história de Alfredo, um auxiliar de cozinha tímido, que se sente desvalorizado onde trabalha. Formado em gastronomia, mas na posição de auxiliar, no momento em que ele acredita que será promovido, é mandado embora de maneira injusta. Em busca por um destino melhor para a sua vida, ele descobre um encontro secreto com chefs renomados, e decide tentar se infiltrar para participar como penetra. “Nisso, ele descobre um submundo da gastronomia, se vê preso nesse evento bizarro e tenebroso, de um submundo criminoso da gastronomia, em que ele vai ter que tentar sobreviver ao mesmo tempo em que vai ter que fingir que é uma pessoa que não é”, contou o autor do livro.

O caminho da história até a adaptação foi diferente do usual. Segundo o autor, a primeira versão do livro foi escrita em 2020 e passou por algumas adaptações até que um amigo a leu e decidiu sugerir a história para a produtora Pitaco Filmes, antes mesmo do lançamento da obra. “O diretor Murilo Bonini e a roteirista Isabela Tafuri pegaram o original, que ainda não tinha sido publicado, eu só tinha um documento de Word, e transformaram num roteiro e mandaram para mim. Eles adaptaram, eu aprovei e a gente fez a adaptação”, contou Formaggio.

Mas com a produção da série a todo vapor, a caminhada do livro físico ainda dava seus primeiros passos. “Quando a série já estava sendo produzida, eu aproveitei que estava se transformando numa série que eu usei como um chamariz para a editora. Eu mandei para as editoras um e-mail de apresentação do livro já com o link do trailer da série. ‘Meu livro foi adaptado para uma série, você quer publicar?’, bem assim”, contou. “E isso chamou a atenção da Editora Folheando, que aprovou, e falou que queria publicar. Eu conversei muito com o editor, o Douglas e ele falou ‘você não quer lançar o livro na bienal?’. E eu falei, que queria, vamos lá”, afirmou Vitor. Agora, tanto o livro quanto a série já estão rodando por aí. A adaptação para o streaming foi lançada no MIS (Museu da Imagem e Som) de São Paulo, e, depois, distribuída às plataformas de streaming Claro TV, Vivo Play, Pluke e Amazon Prime Video, e chegou a ser premiada em festivais no Brasil e no exterior.

E para quem gosta de histórias macabras e de suspense, vai poder encontrar na produção influências que vão desde autores clássicos até contemporâneos. O autor revela as inspirações: “Crime e Castigo, do Dostoiévski, que fala sobre moralidade, sobre a pessoa até que ponto ela consegue abandonar a própria moralidade por aquilo que ela quer. O segundo, De Gados e Homens, da Ana Paula Maia, que se passa num frigorífico, mega tenso, mega sujo, pesado, um clima brutal. E em terceiro lugar, Os Sete, do André Vianco, que é um livro sobre vampiros. Eu também gosto do terror fantástico. Esse livro sobre vampiros, do vampiro se alimentando de sangue, aquela coisa de noite, dark, que o André Vianco, que é um autor brasileiro que eu adoro”, completou.

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