A cantora, compositora, produtora e gaitista Sarah Meyz lança na próxima terça (1°) o clipe do single Keep Down, um pop alternativo cheio de dinâmica que aborda, de um ponto de vista subjetivo e emocional, o delicado tema dos constantes massacres em escolas dos EUA.
Formada em Produção & Engenharia Musical e Performance Vocal pela Berklee College of Music, a artista estava em Boston, entre 2018, quando soube, pelo noticiário, de mais um triste episódio envolvendo um atirador em uma escola de Parkland, Flórida.
“A princípio, eu só fiquei muito revoltada, triste, com raiva. Eu nem ia escrever nada. Mas eu fiquei com aquilo na cabeça e precisei colocar pra fora de alguma maneira. A música saiu de uma vez – melodia, letra, ponte, refrão, tudo”, recorda-se a compositora.
O processo até o nascimento da música foi bastante longo. Primeiro, porque esta era uma canção em que Sarah colocava muita expectativa. Detalhista, ela veio trabalhando na produção ao longo dos anos, aos poucos, entre outros trabalhos artísticos e profissionais. Muita coisa aconteceu nesse percurso – a formatura, a pandemia, a mudança para a Inglaterra para trabalhar no célebre estúdio Abbey Road.
Sarah faz parte de uma nova geração que vê o processo de gravação e produção da música não como uma mera técnica de registro, mas como parte do próprio processo criativo da composição. Formada e atuante na área, ela costuma produzir pessoalmente as próprias músicas em seu home studio, cuidando de cada aspecto. “Eu gosto muito de adicionar camadas, experimentar, explorar. Este é um espaço para ser criativo e eu gosto de aproveitar isso ao máximo”, afirma a produtora, que gravou a música entre Boston, Bristol, Jundiaí e Londres.
O vídeo mostra a própria cantora como único personagem em cena, vestindo roupas de colegial e dando vida ao conflito interno retratado na letra – uma estudante que, em meio a um massacre, pensa na mãe e em tudo que ainda gostaria de fazer na vida, se revolta com a situação, se desespera, mas, por fim, se agarra a uma imensa vontade de viver e o desejo de que ninguém mais passe por isso.
SOBRE SARAH MEYZ
Sarah Meyz nasceu em Jundiaí. Começou a tocar as primeiras notas no piano aos quatro anos de idade. Aos 11, começou a fazer aulas de gaita e se apaixonou à primeira vista pelo instrumento. Fez diversas turnês e shows em palcos aclamados como o Sesc’n Blues e Bourbon Street, com destaque para um show arrebatador no Lollapalooza Brasil. Chegou também a ser endorser de uma famosa fábrica de gaitas.
Em 2012, quando tinha 16 anos, o festival promoveu um concurso em parceria com a Berklee College of Music que concederia uma bolsa para um curso de verão no campus da faculdade em Valência (Espanha), e Sarah foi selecionada. Lá, conseguiu outra bolsa para uma estadia de mais cinco semanas, e, após esse período, com nada menos do que cinco cartas de recomendação de diferentes professores e uma performance incrível na audição/entrevista, foi uma das 8 pessoas no mundo premiadas com uma rara e disputada bolsa integral para estudar em Boston (EUA). Em 2019, formou-se com duplo diploma em Produção & Engenharia Musical e Performance Vocal.
Durante o período de estágio, participou de uma residência de uma semana no importante estúdio Abbey Road, e no estúdio Real World, do músico Peter Gabriel – ambos na Inglaterra. Neste último, conheceu um engenheiro que lhe ofereceu um estágio de alguns meses para trabalhar na produção da trilha sonora de um documentário para a Disney Nature.
Em 2021, conseguiu uma vaga para trabalhar na equipe de engenharia do estúdio, após um dia de teste, se tornando a primeira brasileira a integrar o grupo. No Abbey Road, trabalhou em trilhas sonoras de filmes como Pantera Negra 2, A Sociedade da Neve, Guardiões da Galáxia 3, e Pinóquio, de Guillermo del Toro, além de astros como Ryan Gosling, na gravação da música I’m just Ken, do filme Barbie, Matthew Bellamy, vocalista da banda Muse e Alexandre Desplat, autor de trilhas sonoras clássicas como as dos dois últimos filmes da franquia Harry Potter. Atualmente, trabalha no departamento de inovação em áudio do estúdio.
A artista também já lançou alguns singles, como Run Away e Go Ahead, todas produzidas de forma independente, autoral (assim como os videoclipes) e produzidas em seu home studio. Seu trabalho solo tem afinidade com o dream pop atmosférico e alternativo de artistas como Lana Del Rey, Lorde e Grimes, com influências de Arcade Fire, Muse, Coldplay, Tears for Fears e outros. Uma característica marcante do seu trabalho é a presença da gaita, instrumento com o qual começou a carreira musical, mixada com efeitos que a trazem para um universo mais eletrônico e pop, criando uma sonoridade única e característica da artista.
