34 FACADAS

Ex-marido é preso sob suspeita de mandar matar filha de deputado

Por Yuri Eiras | da Folhapress
| Tempo de leitura: 2 min
Reprodução/@raquel_cattani98/Instagram
Raquel Maziero Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi morta com 34 golpes de faca
Raquel Maziero Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), foi morta com 34 golpes de faca

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu nesta quarta-feira (24) o ex-marido da produtora rural Raquel Maziero Cattani, filha do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), encontrada morta na última sexta (19). Romero Xavier é suspeito de ser o mandante da morte. O irmão dele, Rodrigo Xavier, também foi preso sob suspeita de ser o executor do crime.

Segundo a polícia, Raquel foi morta a facadas no sítio de que era proprietária, em Nova Mutum, a cerca de 240 km de Cuiabá. A perícia da Politec (Perícia Oficial e Identificação Técnica) indicou que ela foi atacada com 34 golpes de faca.

Rodrigo Xavier confessou o crime, de acordo com a Polícia Civil. A corporação não disse se os suspeitos já têm advogado.

Os dois irmãos foram interrogados na Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Nova Mutum e devem passar por audiência de custódia nesta quinta (25).

A investigação apontou que Rodrigo, o executor do crime, furtou pertences de Raquel para simular um latrocínio, roubo seguido de morte.

Na quarta, agentes foram até o endereço de Rodrigo, em Lucas do Rio Verde (MT), e encontraram dentro da casa objetos que pertenciam a Raquel, como frascos de perfumes, aparelho de som, cinto e faca.

O deputado estadual Gilberto Cattani foi à delegacia nesta quinta (25) reconhecer os pertences da filha.

A faca usada no crime teria sido jogada em um rio, assim como a motocicleta usada para fugir do local e o celular usado pelo suspeito, ainda segundo a polícia.

Um aparelho de televisão que foi encontrado do lado de fora da casa de Raquel foi a principal pista, diz a polícia, para chegar ao executor e ao mandante. O aparelho tinha uma marca de pegada no visor. A bota que Rodrigo usava no momento da prisão, segundo os agentes, possuía "total semelhança" com a pegada.

"Questionamos por que alguém tentaria levar uma televisão em uma motocicleta. Tal evidência sugeriu que aquele televisor foi deixado de forma proposital para fora da casa com o intuito de complicar a investigação", afirmou Guilherme Pompeo, delegado responsável pelo caso.

Há quatro dias, investigadores anunciaram que haviam descartado, preliminarmente, o envolvimento do ex-marido no crime. Mas as investigações apontaram que Romero Xavier "mantinha comportamento possessivo e não aceitava o término da relação com a vítima", conforme nota da Polícia Civil de Mato Grosso.

"Analisamos todas as imagens do comércio da vila, das cidades vizinhas, como São José do Rio Claro e Tapurah, e entrevistamos mais de 150 pessoas, desde vizinhos, moradores do assentamento e trabalhadores, ao longo desses seis dias", afirmou Pompeo.

No dia em que Raquel foi morta, Romero almoçou com o ex-sogro, o deputado Cattani, e chorou na frente dos familiares. Segundo a investigação, o ex-marido foi a três boates em uma cidade vizinha, na noite do crime, na tentativa de " reforçar o álibi".

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