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Barcos n’água, tributo a um liberal


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Vai começar mais uma edição da nossa tradicional Festa do Divino, uma das mais antigas marcas da religiosidade e cultura em nossa cidade, quase bicentenária. Neste domingo, dia 7 de julho, uma missa a ser celebrada pelo Capelão da Festa, padre Henrique Asi, na sede da Irmandade do Divino, vai preceder o início dos festejos.

Depois dela, vai acontecer a solenidade da derrubada dos barcos. São dois barcos, um será levado à frente pelas mulheres devotas, as que dançam a congada, ex-festeiras, autoridades diversas. E na sequência, os homens, enfileirados também, conduzirão o segundo barco, igualmente com as representações descritas acima. Na força e na fé, ambos os grupos se deslocam da sede da Irmandade até a beira do rio, onde os aguardará o Capelão, para benzer os barcos.

No ano passado, quando pela primeira vez participei mais intensamente daquelas comemorações, justo na hora da derrubada dos barcos, caiu uma chuva intensa, como um recado de fé aos presentes que desceram carregando os dois barcos até o rio.

Já nas águas, serão conduzidos pelos pilotos para alinhamento, pois no sábado seguinte, ambos, representando os Irmãos do Rio Abaixo subirão rumo a Rua do Porto, para o tradicional encontro com os Irmãos do Rio Acima, onde estarão instaladas autoridades civis, religiosas e os festeiros deste ano, Rafael Protti e Liliane Sartori.

Foi o ex-prefeito José Viegas Muniz, que pertencia ao Partido Liberal naquela época, que em 1826, nascido em Porto Feliz em 6 de janeiro de 1806 e falecido em 2 de fevereiro de 1869 aqui mesmo em nossa cidade teve a ideia de realizar o tradicional encontro dos barcos nas águas do nosso velho rio, que perdura desde então.

Tive o prazer e o privilégio igualmente no ano passado de integrar a comitiva do Barco dos Irmãos do Rio Acima, que desceu sob o comando dos marinheiros e encontrou-se com os barcos conduzidos pelos dois barcos dos Irmãos do Rio Abaixo. E, em conversa amistosa na ocasião, com o bispo Dom Devair, falei da minha visita a Jerusalém, em Israel, onde tive emoção tão grande como a sentida naquele momento. Posteriormente, entreguei a ele, em nome da Assembleia Legislativa, uma placa em homenagem àquele momento de celebração.

Na parte cultural deste início da festa no domingo, a Irmandade do Divino também realizará uma bistecada aos seus amigos e devotos, seguida de um show musical com músicos aqui da nossa cidade.

É importante realçar a força da Irmandade do Divino que, quando chegam estes dias, junta pelo menos duas centenas de colaboradores que se revezam nos afazeres com a cozinha, com seus pratos típicos e tradicionais, à manutenção da dança da Congada, aos leilões, às missas e, em especial ao encontro no rio. Sem esse trabalho voluntário desses abnegados, a festa não teria o sabor e a força que possui e que perpassa gerações. Como as da família Sartori, que este ano empunha novamente a Bandeira do Divino e que tem larga tradição de colaboração com a festa.

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