OPINIÃO

Nem um rojão...

Por Paulo Neves |
| Tempo de leitura: 1 min

Eu vivi a emoção nas tardes de domingo há 50 anos atrás, de participar do Bolão de resultados do Noroeste, na Divisão Especial. Era difícil telefonar e conseguir linha, quem comandava a Jornada era o Paulo Sérgio Simonetti, já valia a pena ficar escutando.

Eu vivi a emoção de mandar cartas pelo Correio para ganhar a camisa do Noroeste. Eu vivi a emoção de mandar flores e chocolates para as namoradas. Eu vivi a emoção de ouvir discos de vinil em toca-discos antigo. Hoje estou vendendo a minha coleção de mais 300 discos, de muita qualidade, a preço irrisório. Eu vivi a emoção de jogar bola de capotão na rua Gerson França. Com grandes amigos, e aos domingos à tarde, ia torcer pelo Noroeste. Era a glória! Eu vivi acompanhando o avanço da tecnologia, os robôs existem!

Eu vi o Pedro dependurar no alambrado de Ulrico Mursa, em Santos, comemorando com a torcida, o gol do Noroeste. Levando o cartão amarelo logo em seguida. Eu vivo na rua Moysés Leme da Silva há mais de 15 anos, mas não ouvi um rojão, um barulho, um bumbo, comemorando a subida do Noroeste para o bloco de elite do futebol paulista. Você pode estar pensando que com a idade de 75 anos meus ouvidos não funcionam mais. Ledo engano!

Não só escuto como escrevo o que penso e o que falta para a cidade é empatia. Escrevo com conhecimento de causa, afinal, são 54 anos dirigindo teatro, apresentando peças, trabalhando com atores/atrizes. A Cultura está no sangue, na memória e na consciência.

Esta cidade prima pela apatia, indiferença e estranhamento.

Faltou um rojão. Só isso!

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