
Uma cirurgia intrauterina inédita realizada em Piracicaba, na semana passada, marca a alta complexidade do Hospital Unimed, que corrigiu o defeito congênito de fechamento da coluna vertebral de um feto de 26 semanas. O bebê de uma beneficiária da cooperativa teve diagnóstico de mielomeningocele. O procedimento, minimamente invasivo, durou duas horas e mobilizou os especialistas em medicina materno fetal, Kleber Cursino e Márcio Miranda, além de uma equipe multidisciplinar formada por médicos, enfermeiros e instrumentadores.
“A doença, também chamada de espinha bífida aberta, é uma malformação grave da coluna, que acontece nas primeiras semanas de gestação. Diante deste problema, a criança pode apresentar hidrocefalia e perda da função motora. Pode perder, ainda, os controles urinário e intestinal”, explicou Cursino.
Como alternativa terapêutica, a equipe médica apresentou para a paciente Rafaela Lopes, 32, a possibilidade de correção cirúrgica intrauterina — ou seja, com o bebê dentro do útero —, técnica minimamente invasiva, considerada como a melhor opção para evitar complicações pós-natais.
“A partir de uma incisão abdominal, como a de uma cesariana, o útero foi exposto. O feto foi, manualmente, posicionado para que fosse possível acessar a coluna aberta. Foram feitos pequenos furos no útero, suficientes para mostrar a correção da lesão por meio de instrumentais delicados. Em seguida, o líquido amniótico foi reconstituído e o útero foi novamente fechado e recolocado para que a gestação pudesse seguir seu curso”, explicou Miranda.
O procedimento contou também com apoio dos obstetras de alto risco Marcos Caetano e Giuliane Lajos, do neurocirurgião Mateus dal Fabbro e ultrassonografistas Luciana Briganti e Renato Ximenes, além da CEO do grupo, Poliana Farah, que auxilia na viabilização dos procedimentos e cirurgias.
“A operação transcorreu da melhor forma possível. Foram tomadas todas as medidas preventivas para redução dos riscos cirúrgicos. Depois de 24h na UTI, a paciente permaneceu internada por mais um dia e seguiu para casa. O bebê, será frequentemente examinado e monitorado até o fim da gestação”, contou Cursino.
O especialista ressalta, ainda, que a criança já apresenta melhoras significativas ao ultrassom. “Após o nascimento, a lesão será reavaliada e o neurodesenvolvimento da criança será acompanhado”, acrescentou o especialista.
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Comentários
2 Comentários
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Cilene Ayres 24/04/2023Que DEUS continue abençoando as mãos desses médicos e capacitando cada dia mais. Que trabalho maravilhoso. Parabéns à todos os envolvidos!
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Mirela Lopes Pfitscher 19/04/2023Extraordinário