
Herpesvírus felino e calicivírus felino, causam sintomas parecidos com os da gripe humana: espirros e coriza
Espirros, secreção nasal e ocular, febre, tosse, falta de apetite e apatia são alguns dos sintomas que quando encontrados em seu gato, podem indicar que ele está com rinotraqueite, conhecida popularmente como “gripe felina”.
“É uma doença viral que acomete o trato respiratório superior dos felinos. Entre os agentes causadores, os principais são os Herpesvírus felino e o Calicivírus. O Herpevírus, por exemplo, também pode resultar em quadros de gengivite, úlcera oral, conjuntivite, entre outros. Já o Calicivírus pode levar a inflamações de gengiva e úlceras orais”, explica a médica veterinária, especialista em medicina felina, Vanessa Zimbres.
De acordo com ela, uma vez que o gato se contamina com o Herpevírus ou com o Calicivírus, ele nunca mais consegue se livrar do agente.
Dessa forma, qualquer queda na resposta imunológica do felino pode levar o vírus a desenvolver a infecção, o que, consequentemente, pode resultar no desenvolvimento da rinotraqueíte, a doença mais comum em épocas mais frias.
“Os sintomas variam de cinco a dez dias em casos leves e até seis semanas em casos graves. A gravidade depende muito do nível da infecção, da cepa que está causando a doença e da capacidade do sistema imunológico combater os microrganismos, entre outros fatores”, explica o professor Juan Justino de Araújo Neves, do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Braz Cubas.
Segundo a professora Valeska Rodrigues, docente do curso de Medicina Veterinária da Unifran (Universidade de Franca), o tratamento da rinotraqueíte costuma ser apenas de suporte.
“A ocorrência de infecções secundárias poderá exigir a utilização de antibióticos, porém somente o médico veterinário poderá definir qual o melhor protocolo para cada paciente”, comenta a professora.
Ela lembra ainda que, na suspeita de qualquer problema com o pet, é essencial procurar atendimento. Isso porque o não tratamento pode levar a infecções sistêmicas e complicações, que podem chegar até à pneumonia.
De acordo com as profissionais, a gripe felina não passa para humanos ou outras espécies de animais. Entretanto, ela é se espalha rapidamente entre gatos. “Ela é contagiosa e muito comum em gatis com alta população. Caso algum animal seja diagnosticado, ele deve ser isolado para evitar a disseminação da doença”, alerta Valeska.
A prevenção é feita por meio da vacinação, que é aplicada nos gatos a partir de 45 dias. “A vacina não impede que o animal seja infectado. Contudo, quando vacinado, ele estará protegido da doença. Ou seja, ele contrai o vírus, mas não desenvolve sinais clínicos tão graves”, complementa a docente.
Além das vacinas anuais, outra maneira de evitar a rinotraqueíte é evitar que o contato do seu pet com outros gatos infectados impedindo que ele saia para a rua. Mas ainda sim, o gato pode contrair o vírus em outros locais, se ele for internado por alguma outra razão, por exemplo, como orienta a veterinária.
Laís Seguin
lais.seguin@jpjornal.com.br
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