Otimismo no mundo atual

Por André Sallum | 03/09/2021 | Tempo de leitura: 3 min

No mundo atual, cabe perguntarmos se é possível ser otimista, a despeito de todos os problemas, desafios e sofrimentos que se apresentam. A resposta depende do que se considera otimismo e de como a questão é observada. De um ponto de vista imediatista e materialista as perspectivas atuais não são nada animadoras e os prognósticos apresentam-se desfavoráveis. Quando, porém, se observam os fenômenos sob um olhar mais profundo e abrangente, que considera os ciclos e processos evolutivos, a situação muda, assim como a leitura que se faz de fatos e circunstâncias.

Existe um falso otimismo, espécie de vaga esperança, que pode ser fruto de relativa inconsciência e de desconhecimento, de tentativa de fuga e de fantasias, quando se espera passivamente que tudo melhore como que por um passe de mágica. Isso constitui sinal de certa imaturidade, além da procura de se eximir das próprias responsabilidades. Quem coloca muita expectativa naquilo que não depende de si torna-se refém do que é incerto.

O otimismo a que nos referimos baseia-se em outros princípios: o indivíduo, conhecedor de determinadas leis naturais e vivendo em harmonia com as mesmas, planta boas sementes no solo da existência, por pensamentos, intenções, palavras e atos, certo de que os frutos serão colhidos, mais cedo ou mais tarde. Ao mesmo tempo, sabendo que já semeou no passado, assume a responsabilidade por aquilo que deve colher no presente. Compreende que tais experiências fazem parte de um processo (re)educativo, purificador e evolutivo – portanto, benéfico, libertador e curativo. Então, ao mesmo tempo que se rearmoniza e se reequilibra com o passado, gera condições favoráveis para o futuro, o que lhe constitui motivo de alegria.

Esse otimismo lúcido, consciente, não desconhece situações que possam ser adversas – psicológicas, familiares, sociais, econômicas, políticas ou ambientais – nem a transição pela qual passam o planeta e todos os seres que aqui vivem, mas ressignifica essas situações e reconhece o valor e a importância daquelas aparentemente desfavoráveis, as quais sabe serem transitórias, prenúncio de uma realidade melhor que se avizinha. Então, dotado dessa certeza, a qual provém da profundidade do ser, apesar dos insucessos aparentes, das situações externas que se mostram conflituosas e desafiadoras, sabe serem etapas de algo maior e melhor. Exatamente por compreender o momento planetário em que nos encontramos e os processos purificadores nele envolvidos, firma-se na fé inabalável que o sustenta.

Conhecendo-se esse processo e o propósito positivo subjacente a ele, é possível e desejável se manter otimista, sejam quais forem as circunstâncias, pois o otimismo permite o fluir do entusiasmo e da alegria, ao mesmo tempo que alimenta a paciência e a perseverança, imprescindíveis ao prosseguimento na realização daquilo que se considera nobre, correto e elevado.

Cultivar o otimismo é também uma forma de servir, pois ele se irradia aos demais, beneficiando-os. Uma pessoa otimista é luminosa e sua presença é agradável e curativa. O otimismo se sustenta na fé, na sabedoria e no amor, os quais se expressam em ações positivas. A pessoa otimista sente-se imersa numa aura de positividade, harmonia, alegria e paz que beneficia os seres que se encontram sob sua influência, direta ou indireta. Nos tumultuosos tempos atuais, o otimismo constitui poderoso antídoto e vacina – disponível a todos que o queiram – contra o negativismo que se abate sobre a humanidade.

LEIA MAIS

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

COMENTÁRIOS

A responsabilidade pelos comentários é exclusiva dos respectivos autores. Por isso, os leitores e usuários desse canal encontram-se sujeitos às condições de uso do portal de internet do Portal SAMPI e se comprometem a respeitar o código de Conduta On-line do SAMPI.