Do bem que me fazes, Laura!

Por David Chagas | 03/11/2020 | Tempo de leitura: 3 min

Acabo de ver-te, Laura. Vendo, entendo ainda mais a voz dos anjos anunciando a láurea que nos entregam. Ergo minhas mãos em hosanas e aleluias, celebrando-te a vida. Assim estou eu nesta manhã de 29 de outubro em que chegas, sol de primavera, com os presentes de Deus, em virtudes e talento. Sinto qjue Deus se renova, nesta hora bendita, diante de meus olhos, em você, toda em branco, ostentando sobre tua cabeça uma coroa de louros bordada que evoca teu nome.

Laura, a que chega, traz Deus em si e se faz sol, céu, estrelas e luar. Flor! Ah, flor! Pássaros, brisa, paz da solidão nos campos. Desde agora, com ela, andarei com Ele a toda hora e farei em cada minuto, oração e missa.

Um dia vais perguntar se acompanhei tua chegada. Estive com Maria, a Mãe do Menino que nos redime e ama, para que tua luz nos iluminasse a todos. Por Ela, me assegurei da paz que te envolvia e aos teus mais próximos que aí estavam.

Mais tarde, teus avós, Dorival e Célia me enviaram tua foto para observar a aura que, desprendida de teu nome, te envolveu por inteiro. Horas mais e já aconchegada no colo de tua mãe, provavas reconhecer dela e nela o órgão que te acolheu ao longo de meses até este momento bendito quando, sabendo-te pronta, deste a conhecer o milagre da criação.

O calor do braço de tua mãe pode não ser igual ao invólucro que te envolvia, mas o amor, no abraço, no afeto em laço, é mais intenso. Desde agora, sublimada, ao lado de teu pai, tua mãe já te conhece na perfeição com que te apresentaste, espelho da Luz que te deu alma, energia, coragem e vida. Lembro-me dela, Laura, contando o mesmo tempo teu. A cena não se repete. A vida que se renova!

Trazes a este tempo obscuro em que estamos mergulhados, alegria e confiança. Revigora-nos. Trazes novo ânimo a nós todos, porque em ti recomeçamos. Há um novo sentido. O sentido da vitória, do laurel que, por ti, Deus nos entrega.

Em ti, e nas demais crianças que nos enternecem à sua chegada, dá-se novo sentido ao milagre da vida e se tenta entender parte do mistério.

Tanto agradeço que venhas trazer-me, neste ano, o prazer de escrever sobre infantes. Como gosto! Pudesse saber a cada dia dos que nascem e escrever sobre eles. Traze-me prazer maior porque soube de teus pais te preparando dia a dia, para que nos apresentasse “esta louca aventura amorosa de Deus”, humanizando-se.

Quantos nasceram contigo no mesmo dia, à mesma hora, em distintos lugares. Um dia, por certo, perguntarás como, por quê? Nisto, a Suprema Eternidade de Deus. Outro mistério. Do mistério, brotam os milagres, Verdade e Vida, nítida revelação de quem, Senhor absoluto de todos e de tudo, se mostra humano na fragilidade da criança, na demonstração clara do eterno que se faz terno e enternece quem se acerca e olha.

Ainda estarei aqui para saber-te lendo este texto de amor que te rabisco? O tempo tem destas coisas. Engole-nos, com sutileza, sem piedade. Acreditamos nele, entendendo ser tudo bom, mesmo que haja, em cada minuto, um mundo de plenitude e de incertezas. Ao lado de teus pais, Ingrid e Lucas, deixo-te na plenitude do amor.

(Laura nasceu em 29 de outubro, às 9:09, em São Paulo, filha de Lucas e Ingrid Bistaco Alcarde. Neta de Célia e Dorival Bistaco e de Suzete e José Luís Alcarde).

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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