Como conviver bem com minha família na quarentena

Por Luiz Xavier |
| Tempo de leitura: 3 min

Essa situação atual de “Corongavírus” vem nos obrigando ao isolamento social ou mesmo ao ócio forçado e nos trouxe uma oportunidade de rever nossos papéis em todas as nossas relações sociais. Neste momento de quarentena, fomos obrigados a parar com o dia a dia corrido e deixando meio de lado o convívio familiar.

A convivência na quarentena testa nossa habilidade de aceitar e aprender a tolerar. Por insisto um pouco neste tema em virtude de uma demanda enorme que encontro no consultório, em “lives”, em rodas de conversas virtuais e (em algumas poucas), presenciais e também em cursos “on line” que ministro sobre Relacionamentos à Luz da Programação Neurolinguística.

De saída vale lembrar uma coisa importante: isolamento social não significa necessariamente afastamento social. E num bate papo virtual com a amiga e terapeuta sexual, dra. Arlete Gavranic, abordamos esta situação e coloco aqui pra vocês uma parte deste colóquio sobre o assunto:

“Essa prolongada quarentena tem testado o limite de humor e tolerância das pessoas. Essa excessiva convivência dentro de casa faz com que diferenças gerem cansaço e até atritos, e nem sempre existe equilíbrio nessas manifestações”.

É necessário e de bom tom respeitar as diferenças: “As diferenças comportamentais e o desrespeito às diferenças e limites de convivência, têm feito com que muitas pessoas sofram ou porque não querem brigar, discutir e ‘engolem sapo’, ou porque defendem seus pontos de vista e acabam discutindo, brigando para tentar se impor”. Ela comenta que “na quarentena, cada um teve sua liberdade individual restrita, em momentos como os de: trabalho, escola, saídas, shoppings, academia, etc. E se sem tudo isso, é preciso aprender a arte da tolerância e do bem conviver”.

Todo o tempo estamos sendo testados: “A convivência neste momento testa nossa habilidade de aceitar e aprender a tolerar. E eu insisto: é imperativo respeitar as diferenças! Temos que aprender a negociar em família os horários, predileções, seja no gosto musical, comidas ou em atividades conjuntas. Nesta fase, aproveite para interagir e até conhecer algumas características uns dos outros. Alguns exemplos: falar do trabalho, saber o que os filhos estão estudando, o que pensam da vida, com quem se relacionam… Nessa conversa pode haver estranhamentos, aí entra a necessidade de aceitar as diferenças”.

“Há famílias em que o tom crítico, destrutivo gera um ambiente tóxico. Por exemplo, filhos que recebem muitas críticas, falas sempre pejorativas… Assim esses filhos poderão, muito certamente, usar o mesmo tom crítico com seus pais e irmãos”.

Aprender a ouvir é o respiro das relações: “Um exercício que tenho pedido às famílias, é aprender a ouvir ao invés de criticar. Ter uma atitude empática de perguntar ‘por que’, para buscar entender os motivos do outro”.

Aos pais: “é importante lembrarem-se de como era chato quando seus pais ou avós criticavam suas músicas ou seu jeito de vestir. Então, procurem entender o estilo dos jovens de hoje. O reflexo disso poderá ser de uma relação mutuamente respeitosa!”

“Tolerância também é dividir as tarefas domésticas, cuidados com os filhos. Toda família é um sistema, se todos colaborarem, um cozinha, o outro lava louça, mais alguém tira o lixo… a família fica liberada para atividades prazerosas individuais ou para aquele jogo em família!”

Aproveitem esse momento também para tirar outro proveito: rever suas próprias necessidades e objetivos de vida…

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