16 de julho de 2024
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Família de universitário desaparecido em São José alerta para golpes ligados ao caso

Por Patrick C. Santos | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 5 min
Reprodução/Redes sociais
Leonardo de Prado Moreno está desaparecido desde o último dia 23 de dezembro.

A família do joseense Leonardo de Prado Moreno, desaparecido há 12 dias, alerta para golpes monetários ligados ao sumiço do jovem. Dois grandes golpes já quase ludibriaram os pais de Léo, que traçam uma investigação paralela à da polícia para tentar encontrar o filho. Uma das falsas histórias dizia que o universitário estava dormindo em uma construção abandonada em São Paulo, já outra alegava que ele fora visto perdido em uma fazenda do Mato Grosso do Sul. Nos dois casos (leia ambos abaixo), uma comoção foi feita entre parentes de Léo e a polícia.

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"Estão chegando muitas mensagens aleatórias e sem êxito para minha família e também para amigos. Dentre essas mensagens, estão tendo uns safados que estão se aproveitando do caso para roubar as pessoas", disse Denner Felipe, irmão do desaparecido. "Esse tipo de trote consegue fugir da lei. Muita gente tenta fazer esse tipo de coisa em cima de um caso tão triste", complementou.

Maria Francisca Moreno e Marco Moreno, respectivamente a mãe e o pai de Leonardo, lamentam as enganações sofridas, mas seguem com esperança de encontrar o filho. "Estamos de pés e mãos atadas. Somos pai e mãe, vamos correr atrás mesmo com risco de cair em golpes", afirmou Marco. Apesar das tentativas de golpe, nenhum dinheiro foi dado aos enganadores.

SÃO PAULO.

Na última segunda-feira (2), os pais de Léo foram até a capital paulista pois, supostamente, Léo havia sido encontrado por lá. De acordo com Francisca, um homem entrou em contato com seu marido através das redes sociais e disse que tinha achado o filho dele no bairro Cidade Tiradentes, em SP.

"Ele disse que comprou um cachorro-quente e um refrigerante para o Léo. Ele disse também que o Léo estava dormindo em uma construção abandonada", explicou Francisca a OVALE. O tal homem também falou à família que o universitário ameaçou fugir ao ter ciência de que os pais viriam até São Paulo para encontrá-lo. Desesperados, ambos acreditaram na história e foram até um local combinado.

A caminho da capital, um outro homem entrou em contato e reforçou a versão do primeiro desconhecido. Este segundo indivíduo, no entanto, pediu dinheiro que Léo fosse alimentado. Na ocasião, o casal estava acompanhado de uma de suas filhas e do pastor da igreja que frequentam. O grupo suspeitou do pedido e parou para conversar com uma equipe da PM (Polícia Militar) que estava estacionada em um posto de gasolina.

As autoridades orientaram para que eles comunicassem o sistema 190 local e assim foi feito. Acompanhados da polícia, os pais do estudante rumaram ao encontro do filho no local combinado. Nem Léo nem os homens desconhecidos, porém, apareceram.

"Eu acho que eles não vieram porque perceberam que estávamos com a polícia. Um policial me disse que deveríamos tomar cuidado e voltar para São José. Ele disse que estavam acontecendo muitos 'golpes do PIX' por aquela região", pontuou Francisca.

MATO GROSSO DO SUL.

Dias antes, um homem entrou em contato com Francisca via aplicativo de mensagens e afirmou ter encontrado Léo em uma fazenda da cidade de Bataguassu, um município com pouco mais de 20 mil habitantes no estado do Mato Grosso do Sul que fica a cerca de 760 quilômetros de São José. Em contato com a mãe do desaparecido, o homem alegou trabalhar na tal fazenda e se ofereceu a levar o universitário até São José dos Campos.

"Só preciso do valor do combustível para ir até aí. Acho que uns R$ 250 tá bom", disse o falso trabalhador rural, em voz suave e calma. Em voz aflita, Francisca respondeu, também em áudio, que tentaria juntar o dinheiro com a ajuda de alguns parentes.

A família, no entanto, entrou em contato com a Deic (Delegacia Especializada de Investigações Criminais) e o investigador responsável descobriu que o endereço passado pelo tal trabalhador era falso. A Polícia Civil de São José dos Campos entrou em contato com a de Bataguassu e o caso segue sendo elucidado.

"As informações que chegam até a gente criam uma expectativa de que sejam verdadeiras, mas até agora só foram notícias falsas", lamentou Marco Moreno.

O CASO.

Léo desapareceu no último dia 23 de dezembro em São José dos Campos. Ele foi visto pela última vez na Vila Sinhá, zona norte da cidade.

O jovem mora em Belo Horizonte (MG) há cinco anos e cursa Publicidade e Propaganda na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais). Ele esteve em São José para passar o Natal no Vale, mas mentiu ao dizer que sairia para almoçar com uma amiga no dia 23 e, desde então, não foi mais visto.

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Segundo a família, o estudante enfrentava problemas recentes com um ex-relacionamento. Em boletim de ocorrência, é relatado às autoridades que o jovem faz tratamento contra a depressão e deixou seus remédios para trás ao sumir.

Com toda a repercurssão ligada ao sumiço de Léo, a mãe do universitário disse que gostaria de mandar um recado para o filho.

"Eu gostaria de dizer para ele que eu o amo muito. Eu e o pai dele estamos de braços abertos esperando ele, em nome de Jesus", disse Maria Francisca de Fátima Prado Moreno, de 54 anos. Em áudio, dona Francisca diz acreditar que as reportagens feitas sobre o caso serão 'um canal para que Deus possa chegar até ele'.

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O desaparecimento de Léo ganhou notoriedade também nas redes sociais. No Twitter, o post que deu o pontapé inicial para a reverberação do caso já foi curtido por mais de 118 mil pessoas e compartilhado quase 50 mil vezes. A hashtag '#achemoleonardo' também foi criada para dar notoriedade sobre o sumiço do joseense.