Ideias

TRÊSPALAVRASMÁGICAS

Por Marcos MeirellesJornalista | 08/06/2018 | Tempo de leitura: 2 min

Qual é o maior problema do país hoje? Violência? Desemprego? Corrupção? Não importa a escala ou a ordem de preferência. Essas três palavrinhas trágicas formam o amálgama da crise que dissemina desesperança pelo país. Uma desesperança que deságua nas redes sociais e contamina todo o sistema de representação política, como se a democracia fosse a culpada pelas mazelas brasileiras. Esse pensamento torto e equivocado atravessa todas as classes sociais e sobretudo os endinheirados que viajam periodicamente para Miami e se deslumbram com as conquistas de mais de 200 anos de democracia nos Estados Unidos.

Das três palavrinhas trágicas, no entanto, duas estão relacionadas à nossa própria história e conformação cultural.

Antes de tudo, é forçoso admitir: somos, sim, um povo violento. Mesmo subnotificadas, as lesões corporais dolosas e as ameaças estão entre as principais ocorrências policiais. Então, é impossível subestimar o impacto desta cultura desta cultura de violência sobre os nossos jovens, especialmente aqueles que crescem em famílias desestruturadas e em territórios vulneráveis.

Somos também uma nação corrupta e com a corrupção (o famoso jeitinho) enraizada historicamente em nossas práticas cotidianas. E aqui não estamos tratando apenas do ambiente político. Gosto muito de citar, neste aspecto, os "gatos" de energia elétrica, internet e TV a cabo, praticados, sem o menor pudor, por brasileiros de A a E.

Em Niterói, onde estive há pouco tempo, mais de 4.000 trabalhadores perderam seus empregos nos estaleiros navais que fecharam. Um ex-metalúrgico sobreviveu dois anos vendendo linguiça e queijo na entrada do estaleiro onde trabalhava. O estaleiro fechou e ele foi para o centro da cidade, mas não conseguiu pagar a propina exigida pela polícia. Suicidou-se aos 45 anos. Violência, corrupção e desemprego se encontram nestas histórias. E tenho certeza que em muitas outras pelo país. Nossos candidatos estão pensando sobre isso? Qual é a melhor proposta para prevenir a violência, gerar empregos e implementar boas práticas na gestão pública?.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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