Ideias

crise política já 'virou passeio': o verdadeiro '7 a 1'

Por Guilhermo CodazziÉ editor-chefe de OVALE e Gazeta de Taubaté, além de escritor | 07/07/2017 | Tempo de leitura: 2 min

Caro leitor, 'virou passeio'.

A crise política brasileira está a cada novo capítulo redefinindo as configurações da expressão 'fundo do poço', cavando e cada vez mais profundamente.

Em Brasília, a classe política brasileira está despida definitivamente de qualquer resquício de vergonha na cara, já não faz mais nem questão de esconder jantares amigáveis entre juízes e réus, livra com toda desfaçatez aliados flagrados, gravados e filmados pedindo milhões de reais em propina, tenta desesperadamente 'estancar a sangria' e desarticular as investigações da Operação Lava Jato, entre outros exemplos.

Para isso, essas velhas ratazanas que infestam os mais altos escalões da República têm ao seu lado a letargia do brasileiro, que é vilipendiado em seus direitos mais básicos enquanto dorme tranquilamente em seu berço (nem tão) esplêndido.

A rua está vazia. As panelas, seletivamente, agora estão caladas, ignorando inexplicavelmente que a crise nada mais é do que a indigestão provocada por décadas e décadas de uma putrefata sopa de letrinhas, de siglas como PT, PSDB e PMDB -- entre tantas outras legendas partidárias. Não adianta trocar apenas o cozinheiro, não é?

Se essa Brasília está carcomida e envelhecida, com o motor fundido, a lataria enferrujada e o estofamento todo em frangalhos, até os pneus estavam carecas de saber que não bastava só trocar o motorista e colocar no lugar um novo velho 'step', tão barbeiro que ninguém ficaria realmente surpreso se descobrisse que ele comprou sua carteira de habilitação.

Nem Lava Jato, aparentemente, a velha Brasília vai ver. Vão, no máximo, fazer reformas e o trabalhador pagará a conta.

Fato é que vivemos o 7 a 1 da política. Nosso país, passada a esperança de que esse processo de depuração resultaria em uma nova política, parece estar cada vez mais aprisionado às amarras da velha política.

Famosas naquele 7 a 1 trágico da Copa do Mundo de 2014, algumas frases ditas pelo narrador Galvão Bueno na partida poderiam facilmente legendar o noticiário da crise política.

Afinal, sempre que nós pensamos que já vimos de tudo, 'lá vem eles de novo' e nos damos conta de que 'virou passeio'. É, realmente 'que absurdo', não é mesmo? O pior é que enquanto a torcida brasileira perde tempo em um inócuo Fla-Flu ideológico, acaba de sair mais um gol da Alemanha..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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