Ideias

De país do futuro a nação da mentira

Por Marcos MeirellesJornalista | 03/04/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Chegamos a um ano de pandemia com corações e mentes destroçados. Assistimos horrorizados, todos os dias, aos sucessivos recordes nos números de mortes e infecções, às notícias de hospitais e UTIs superlotados, ao drama de inúmeras famílias. Um ano de mentiras, também. Nunca um Primeiro de Abril foi coroado por tantas parvoíces oficiais, como destacou na quinta-feira a Folha de S. Paulo, em um relatório resumido das notícias falsas disseminadas ao longo de um ano pelo Capitão Cloroquina e seus desmiolados.

As mentiras oficiais ecoadas pelo Palácio do Planalto são a raiz de nosso fracasso e de nosso desespero frente à pandemia.

Durante meses, assistimos a um presidente da República desdenhar das vacinas contra o coronavírus e a inocular na população o medo da vacinação, com absurdos como "o risco de virar jacaré".

Ao mesmo tempo, Bolsonaro protelava a compra das vacinas. E o Brasil foi parar no fim da fila dos laboratórios farmacêuticos. Durante meses, o mesmo insano à frente da Presidência defendeu remédios ineficazes e que os "jovens sarados" estavam imunes à "gripezinha".

O resultado disso foi a multiplicação de casos de jovens contaminados, de norte a sul do país, e o fanatismo dos tratamentos sem base científica, mergulhando o país em uma espécie de viagem à Idade Média.

A mentira é o "escudo" de Bolsonaro diante do fracasso do governo no combate ao coronavírus. E todos que se opõem às sandices de Capitão Cloroquina se tornam alvos da máquina de notícias falsas.

Ninguém escapa. Congresso, STF, imprensa, Igreja, OAB, empresários. Nem mesmo militares. Em um ano de pandemia, um dos alvos preferenciais de Bolsonaro e de seus malucos de estimação foram os governadores e prefeitos.

E agora, diante da morosidade da vacinação no país, o Planalto lança nova onda de acusações, insinuando que prefeitos e governadores estão "estocando" vacinas, as mesmas vacinas que Bolsonaro renegou por tanto.

Em outras paragens, impeachment não seria medida suficiente para remediar crimes de tal monta. Mas estamos no Brasil. A nação de mentirinha..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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