Escola do Futuro

Conheça as metodologias ativas: Método de ensino que coloca a aprendizagem prática em destaque

Por Tamires Vichi |
| Tempo de leitura: 3 min
Alunos do Instituto Pandavas, de Monteiro Lobato
Alunos do Instituto Pandavas, de Monteiro Lobato

Durante as últimas semanas, OVALE tem trazido uma série de reportagens especiais sobre educação, com o projeto ‘Escola do Futuro’, discutimos os atuais desafios das escolas e os caminhos para o futuro.

O último assunto discutido por aqui foi como os avanços tecnológicos mudarão as profissões do futuro e para que estudantes estejam preparados, as escolas do presente precisam evoluir suas metodologias de ensino e uma proposta que tem se tornado cada vez mais popular são as metodologias ativas.

De acordo com o psiquiatra americano William Glasser, existe uma pirâmide de aprendizado que explica quais são as melhores formas de aprender algo. No topo da pirâmide estão as técnicas que menos contribuem para o aprendizado (ler, escrever, observar, ver e ouvir), e na base, as que mais funcionam (discutir, praticar e ensinar).

De acordo com a teoria de Glasser, pessoas aprendem 10% lendo, 20% escrevendo, 50% observando e escutando, 70% discutindo em grupo, 80% praticando e 95% ensinando.

A partir dessas informações é possível concluir o quanto o ensino oferecido hoje, tradicionalmente, segue uma metodologia passiva e de menor absorção para alunos, na qual temos sempre um professor à frente e estudantes em carteiras apenas lendo, copiando e ouvindo.

As metodologias ativas propõem, justamente, pular para a base da pirâmide, fazendo com que formas de ensino de maior absorção sejam as principais, com discussões e debates em sala, aulas práticas e mesmo, abrindo espaço para que os próprios alunos ensinem o que estão aprendendo.

Sabemos que aulas práticas e debates já acontecem, no entanto, costumam ser quase um “bônus”, algo que se faz esporadicamente. Com as metodologias ativas há uma inversão, o ensino ativo passa a ser parte do dia a dia.

E para inserir a nova metodologia em sala de aula é preciso apresentar aos professores também um novo caminho, em que estudantes passam a ser os protagonistas de seus próprios aprendizados.

Um exemplo é o conceito de sala de aula invertida, em que o professor oferece materiais de aprendizado, leitura e pesquisa para os estudantes antes da aula, assim, todos vão para a sala tendo um conhecimento prévio sobre o tema e partir daí, o professor pode compartilhar o seu conhecimento, fomentando perguntas, discussões, aulas práticas, deixando que os alunos explorem ao máximo o que absorveram e aprendam juntos, compartilhando.

No Vale do Paraíba, uma escola que tem se tornado exemplo em metodologias ativas é o Instituto Pandavas, em Monteito Lobato. Em entrevista com Mara Novello Gerbelli, fundadora do Instituto, a educadora contou como tem sido a experiência no colégio, assim como os maiores desafios:

“Aqui na Escola Pandavas, nós trabalhamos de várias maneiras, sempre buscando que o aluno seja protagonista de sua própria aprendizagem, então, a gente se utiliza de jogos, projetos e roteiros de estudos. Nos projetos, os alunos são chamados a fazer pesquisas de temas que surgem do interesse deles mesmos e depois eles podem apresentar aos colegas... O mais difícil nesse tipo de trabalho é encontrar professores que estejam dispostos a trabalhar de uma maneira em que eles não são o centro. As pessoas estão acostumadas a dar a sua aula tradicional e não querem ter esse trabalho de direcionar pesquisa de aluno e atendê-los individualmente”, explica Mara Novello.

Nova BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), é um documento definido pelo Ministério da Educação, que deve nortear escolas em todo o país. O documento traz os conhecimentos, competências e habilidades que estudantes devem desenvolver ao longo de sua vida escolar.

E umas das formas de colocar em práticas as exigências da nova BNCC (amplamente discutida e aprovada nos anos de 2017 e 2018), é fomentando as metodologias ativas em sala de aula. Para a implantação da nova BNCC, o MEC criou a “Pró-BNCC”.

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