Julio Codazzi

2021 foi ano para se lamentar no Brasil. E 2022?

Por Julio Codazzi é jornalista e editor-executivo de OVALE | 24/12/2021 | Tempo de leitura: 2 min

Se fosse apenas pelo aspecto esportivo, o ano de 2021 seria o melhor da história para quem, assim como eu, é palmeirense. Nunca antes na história desse continente um time havia ganhado duas Libertadores no mesmo ano. O Palmeiras conseguiu essa façanha, em um intervalo de menos de 10 meses.

Mas, embora o planeta seja esférico como uma bola (e não plano, como acreditam alguns lunáticos), o mundo não se resume a futebol. E, em outros campos, tem nos faltado motivos para comemorar.

O ano de 2020 já tinha sido de dor e sofrimento devido à pandemia, mas chegou ao fim com a esperança do início da vacinação. Em dezembro do ano passado, mais de 40 países já haviam começado a imunização. Infelizmente, no Brasil, o negacionismo e a irresponsabilidade do desgoverno Jair Bolsonaro atrasaram todo esse processo.

Consequência disso, lá pelos idos de março e abril de 2021, enquanto a vacinação avançava mundo afora, o Brasil era o epicentro da pandemia, registrando mais de 3,3 mil mortes por dia. Tantas vidas que podiam ter sido salvas.

Hoje o país já soma 618 mil mortos pela Covid. E embora a vacinação tenha sido responsável por evitar um cenário ainda mais trágico, já que fez o número de casos reduzir a partir de junho, o presidente ainda se comporta como um inimigo da imunização - como nos episódios mais recentes, em que atuou novamente contra medidas defendidas por especialistas, como o passaporte da vacina e a imunização de crianças.

Para nossa infelicidade, ainda tivemos diversos outros motivos para lamentar em 2021. Na economia, houve o retorno da inflação, que superou a casa de 10% ao ano e atingiu os maiores resultados desde 1994, ano de lançamento do Plano Real. Tudo isso em um país com mais de 13 milhões de desempregados, em que pessoas esfomeadas disputam restos em caminhões de ossos.

A lista ainda tem ataques às instituições e à democracia, investidas contra jornalistas e a liberdade de imprensa, desmonte ambiental e da estrutura de combate à corrupção, e muito mais. E a origem de tudo isso é a mesma.

Com o fim de 2021, o que podemos esperar do próximo ano? Na economia, as projeções não são nada otimistas. Em relação à pandemia, a Ômicron tem deixado o mundo inteiro em alerta.

Voltando à esfera esportiva, o meu Palmeiras também estava capengando no fim de 2020. Era derrota atrás de derrota, com um horizonte nada promissor. Tudo começou a melhorar quando mudamos de técnico. Em 2022, o Brasil terá a chance de trocar de comando também. Não há dúvida alguma de que essa é a melhor opção para quem torce pelo bem do país. Quem sabe assim a gente tenha algum bom motivo para comemorar.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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