Ideias

A guerra dos partidos na corrida ao Paço

Por Julio CodazziEditor-executivo dos jornais OVALE e Gazeta de Taubaté | 08/08/2020 | Tempo de leitura: 2 min

O prefeito de Taubaté, Ortiz Junior (PSDB), se destacou nas últimas eleições por se comportar, nos bastidores, como um enxadrista. Graças, em grande parte, ao seu braço direito Edsson Chacrinha, o tucano sempre soube onde posicionar as peças para garantir o maior apoio possível nas campanhas. Isso inclui desde o controle de associações de moradores de bairros até posturas agressivas para deixar políticos e partidos encurralados, tendo que escolher entre apoiar o grupo ou sofrer boicote nos anos seguintes.

Um exemplo claro disso ocorreu no segundo turno das eleições de 2012: em um 'passe de mágica', Mário Ortiz e Padre Afonso desistiram de apoiar Isaac do Carmo horas antes do anúncio e endossaram a candidatura de Ortiz.

Nas próximas semanas, no entanto, o tucano terá uma missão difícil pela frente: controlar uma ameaça de debandada da coligação que tenta montar para apoiar o candidato do governo à sua sucessão.

O foco do descontentamento é a escolha do vice da chapa. Nos bastidores, Ortiz se mostra irredutível para indicar Rosa Celano, que preside o Comitê Municipal de Enfrentamento ao Coronavírus. Com isso, a candidatura teria 'chapa pura', já que Rosa é do PSDB e o provável candidato a prefeito (Eduardo Cursino) também.

Ao menos três partidos do grupo pleiteiam mais espaço e fazem pressão para indicar o vice. Ou melhor, a vice, já que todos os nomes cotados são de mulheres. O PSD tenta emplacar Ana Paula Zarbietti, que é servidora da Prefeitura e radialista. O PL sugere Andreia Gonçalves, que foi secretária de Meio Ambiente no início do governo Ortiz. E o Republicanos faz lobby pela vereadora Vivi da Rádio.

Dos três partidos, o que tem tido posicionamento mais firme é o PSD: ou indica a vice ou abandona o barco. É uma legenda com dinheiro e tempo de TV. E que tem o atual vice-prefeito, Edson Oliveira.

Não se sabe se é blefe ou não. Mas, não sendo, já surge no horizonte até um provável novo destino para o PSD: coligar com o MDB e indicar o vice na chapa encabeçada por José Saud. Uma coligação, aliás, que tem tudo para contar também com Padre Afonso, que não deve levar adiante sua candidatura pelo PV.

Outra movimentação ocorrida nos últimos dias vem de três partidos que estudam formar uma 'frente de direita', composta por três atuais pré-candidatos: Capitão Souza (PRTB), Chico Oiring (PSC) e Gabriel Pinelli (Avante). A proposta é fazer uma pesquisa no fim de agosto: aquele com maior intenção de voto seria o candidato a prefeito, e o segundo seria o vice da chapa.

No momento, essas são as principais movimentações nos bastidores. Mas muita coisa pode mudar até as convenções, entre 31 de agosto e 16 de setembro. Novos 'passes de mágica' não são descartados..

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do SAMPI

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