Pensando na importância que a mobilidade urbana representa para a sociedade, o projeto OVALELab.com produziu um podcast especial para complementar e aprofundar nossa superedição. Dessa vez, em dois episódios gravados com interação ao vivo, nos aprofundamos em assuntos diversos como a desigualdade entre classes sociais, o crescimento do mercado automobilístico, o direito de ir e vir, política e, principalmente, a importância do deslocamento espacial como fator de integração de pessoas, economias e municípios da RMVale.
Disponível nas redes sociais do jornal OVALE, no ‘Google Podcasts’ e no ‘Spotify’, os dois episódios segmentados da produtiva conversa exploram todas as áreas de maior interesse de você, leitor, prezando também pela praticidade e objetividade para trazer as informações mais importantes.
Ouça: clique e acesse o primeiro episódio do podcast especial OVALELab.com
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ENTREVISTADOS.
Formado em Arquitetura e Urbanismo pela UMC (Universidade de Mogi das Cruzes), doutor pela USP (Universidade de São Paulo) e pesquisador da área de Planejamento Urbano e Regional, Paulo Romano Reschilian é também docente e um dos coordenadores do NEPACS (Núcleo de Estudos e Pesquisas em Cartografias Sociais) na área de PPGPLUR (Programa de pós-graduação em Planejamento Urbano e Regional), dentro da UNIVAP (Universidade do Vale do Paraíba).
Em nossa conversa, dentre os inúmeros e importantes comentários de Paulo, um bem marcante trata a importância da racionalidade fracionária de uma expansão urbana extremamente acelerada, definindo os meios de comunicação como os grandes responsáveis por expor, de maneira bem fundamentada, os problemas sociais que podemos melhorar ao longo dos anos.
“Por que precisamos tanto discutir o tema mobilidade? Porque estamos dentro de algo chamado Matriz Urbana Sustentável, que é uma lógica de produção de espaço de cidade que ganhou muita projeção, principalmente – e não por acaso –, em vários países ao longo da industrialização e expansão do setor automobilístico como organizador territorial das cidades (...) insustentável pela distribuição das pessoas em periferias de baixa qualidade, isso pode ser chamado de Processo de Urbanização com Baixos Salários”, pontuou Paulo Romano.
Federica Giovanna Fochesato, também conhecida como Kika, é jornalista formada pela UNESP (Universidade Estadual Paulista) de Bauru e possui mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela UNIVAP. Ciclista urbana desde 1995, passou a pesquisar o tema da mobilidade a partir das próprias vivências junto à bicicleta, seu principal meio de transporte. É uma das fundadoras do ‘Coletivo Ciclistas’ de São José, criado em 2014.
Com muita sabedoria e bom humor, Kika compartilha com o ouvinte toda sua experiência acadêmica e empírica referente à importância da mobilidade na cidade de São José dos Campos e região, ao elitismo no geografia urbana, à polêmica dos carros elétricos e, claro, sua voraz militância ao redor do uso das bicicletas, xodó da especialista. Além disso, Kika já trabalhou n’OVALE durante os anos de 2014 e 2016 como colunista semanal, sempre focando na temática “vida na cidade” e, primordialmente, mobilidade. De vez em quando, Federica também é articulista, opinando sobre tópicos como termoeletricidade e cicloviagem no jornal.
“Quanto de área verde a gente derruba, não só de pista rodoviarista para andar o carro, como também para estacionar? Quantas vezes a área do estacionamento da Câmara Municipal não é maior que o prédio? Carros elétricos resolvem a emissão de poluentes? Resolvem. Ótimo. Várias doenças existentes hoje em dia estão ligadas ao sistema respiratório, mas, achar que a eletricidade resolve 100% dos nossos problemas é um mito. O carro elétrico ainda ocupa espaço e reforça uma sociedade rodoviarista. Não resolverá as mortes no trânsito, não resolverá as 7 mil vidas perdidas [em São Paulo, em média anual] nesse mundo totalmente motorizado”.