Ideias

MILÍCIA VOLTA A ASSOMBRAR CLÃ BOLSONARO?

Por Julio CodazziEditor-executivo dos jornais OVALE e Gazeta de Taubaté |
| Tempo de leitura: 2 min

Pela movimentação feita pela família Bolsonaro nessa sexta-feira 13, tudo indica que será veiculada nos próximos dias alguma reportagem que liga o clã ao assassinato da vereadora Marielle Franco. Logo pela manhã, sem ter sido questionado sobre o assunto, o presidente da República afirmou: "no caso Marielle, outras acusações virão. Armações, vocês sabem de quem", disse, diante de seus apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

À noite, coube a um dos filhos dele, Carlos, dar o segundo passo na estratégia. O 'Zero Dois' publicou um vídeo em que o deputado federal Otoni de Paula Júnior (PSC-RJ) acusa o governador Wilson Witzel (PSC), seu colega de partido, de usar a Polícia Civil para forjar uma conversa entre milicianos para envolver a família Bolsonaro no caso Marielle.

Por curiosidade, assisti o vídeo de mais de 20 minutos. "O governador pegou o serviço de inteligência do Rio de Janeiro, da Polícia Civil, para montar uma armação contra o presidente da República", diz o deputado, narrando uma história nada verossímil. No vídeo, que obviamente acabou compartilhado por outros políticos apoiadores de Bolsonaro, Paula Júnior diz que a "denúncia" seria veiculada pela Rede Globo entre o Jornal Nacional de sexta-feira e o Fantástico de domingo, e que atingiria dois dos filhos (Flávio e Carlos) e até o presidente.

A movimentação da família, obviamente, parece a velha estratégia de tentar 'furar' uma reportagem bombástica ao divulgar seu teor antes que ela vá ao ar. Além disso, assim como fez no caso do porteiro (que ainda está muito mal explicado), o clã diz ser vítima de uma armação de Witzel, antecipando o duelo que poderá haver em 2022.

Tendo ou não um fato novo a ser mostrado em uma reportagem, a verdade é que já existe um caminhão de fatos antigos que ainda carecem de explicação, como o grande apreço da família Bolsonaro por milicianos, demonstrado em elogios públicos, homenagens e cargos em gabinetes. Mas, nesse caso, é difícil esperar um pronunciamento voluntário ou um tuíte elucidativo..

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