A morte da jovem Ana Júlia Jacinto Resende, de 22 anos, comoveu e chocou a região pela violência. Ela estava dentro de um carro quando foi morta em um ataque a tiros, na madrugada de domingo (7), entre Guaratinguetá e Aparecida. Ao menos outras três pessoas também estavam na linha de fogo dos atiradores.
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O caso é investigado pela Polícia Civil como homicídio consumado e tentativa de homicídio, com autoria ainda desconhecida.
Ana Júlia era muito conhecida e querida por moradores das cidades de Aparecida e Potim. Nas redes sociais, centenas de pessoas publicaram mensagens lamentando a morte da jovem e consolando os pais.
“Triste demais. Era uma menina maravilhosa. Que Deus e Nossa Senhora confortem todos da família”, disse Jaqueline Ferreira.
“Meus sentimentos à família, em especial à mãe. Que Deus conforte o coração de todos. Julinha, como eu chamava, vai em paz e Nossa Senhora e nosso Deus te recebam de braços abertos”, afirmou Lúcia Xavier.
“Meu Deus, é muito difícil de acreditar nessa perda tão grande. Ana Júlia vai ser lembrada sempre”, disse Cris Apae.
Ceiça Monte Vidal comentou: “Muito triste uma jovem que tinha uma vida inteira pela frente! Que Deus possa confortar o coração de todos os familiares e amigos! Meus sentimentos”.
Juliana M. de Paula escreveu “Que tristeza! Tão jovem, com um futuro inteiro pela frente! Que Deus tenha misericórdia dessa família enlutada”.
“Meus sinceros sentimentos à mãe e toda a família. Quando uma mãe chora, todas nós mães choramos juntas também! Que Deus e Nossa Senhora Aparecida confortem o seu coração e dos familiares, sinta-se abraçada”, disse Laah Siqra.
Silvana Lima lamentou: “Por que tanta violência meu Deus?”. Luciene Polycarpo escreveu: “Até agora não estou acreditando. Você nunca será esquecida, Ana Júlia, menina linda por dentro e por fora, educada. Meus sentimentos a todos os familiares. Estou orando”.
O crime.
Segundo o boletim de ocorrência, Ana Júlia estava em uma Land Rover Range Rover Evoque vermelha acompanhada de três pessoas: duas mulheres e um homem que dirigia o veículo.
O grupo passou a madrugada em uma festa na Sociedade Hípica de Guaratinguetá e, após o evento, seguiu para o bairro Ponte Alta, em Aparecida, para comer pastel em uma barraca.
Na volta, já dentro do carro, ao passarem próximo a um viaduto na região do estádio “Penidão”, em Aparecida, os ocupantes relataram ter ouvido vários disparos de arma de fogo. Ana Júlia, que estava no banco traseiro direito, foi atingida e começou a perder muito sangue. Outra mulher no carro contou que gritou para todos se abaixarem dentro do veículo, enquanto tentava estancar o ferimento da amiga com lenços.
Diante da gravidade, o grupo seguiu primeiro para o Santuário Nacional de Aparecida, em busca de ajuda, onde o veículo aparece em imagens de câmeras de segurança por volta das 5h14.
Nessas imagens, a polícia identificou a presença de um quinto ocupante, um homem que desce do banco do carona e é abordado por um funcionário do local. Em seguida, o carro deixa o Santuário e segue para o pronto-socorro de Aparecida, onde Ana Júlia é retirada nos braços pelo motorista e levada para atendimento. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade.
Após deixar a vítima no hospital, o motorista saiu sozinho com o veículo e, segundo relatou à polícia, abandonou a Land Rover na rua Camélias, no bairro Clube dos 500, em Guaratinguetá, afirmando estar com medo de possíveis represálias do atirador.
De lá, segundo o boletim de ocorrência, ele entrou em contato com um "amigo vereador de Aparecida", que o levou de volta ao hospital. O acionamento da Polícia Militar, porém, foi feito pelo próprio pronto-socorro, e não pelos ocupantes do carro.
A PM localizou o utilitário de luxo com ao menos quatro perfurações de tiros, na traseira e lateral direita, e acionou a perícia. Um fragmento de projétil foi recolhido no veículo. O carro, registrado em nome de um proprietário de Lorena, foi apreendido.
Contradições.
Em depoimento, uma das ocupantes do carro confirmou a presença de um amigo do motorista no banco da frente do veículo, um homem casado que teria sido deixado no Santuário antes de o grupo seguir ao pronto-socorro.
Já a outra passageira negou a existência desse quinto ocupante, afirmando que apenas quatro pessoas estavam no carro. As imagens de segurança, no entanto, mostram claramente um homem descendo do veículo na Basílica e sendo deixado no local, antes do socorro à vítima.
O motorista, inicialmente, também omitiu a presença desse homem, mas, após ser confrontado com as imagens, admitiu que havia um amigo com ele. Mesmo assim, se recusou a revelar sua identidade, alegando que o homem é casado e não queria “prejudicá-lo”. Informações preliminares colhidas por policiais indicam que esse quinto ocupante poderia ser o real alvo dos disparos, hipótese que agora é apurada pela investigação.
Diante das contradições e omissões, a Polícia Civil decidiu apreender os celulares dos ocupantes do carro, com o objetivo de aprofundar a análise de contatos, mensagens e ligações que possam esclarecer a motivação do crime e a identidade do possível alvo. As duas mulheres autorizaram acesso aos dados. O motorista negou consentimento.
Durante as diligências, a Polícia Militar também localizou uma cápsula de munição no possível local dos disparos, próximo ao trajeto informado pelas vítimas. Foi registrado um segundo boletim específico para viabilizar a perícia de local de disparo, vinculado a este caso.
O inquérito será conduzido pela DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Guaratinguetá, que deverá reunir laudos periciais, imagens de câmeras, quebras de sigilo (se autorizadas pela Justiça) e novos depoimentos para esclarecer quem era o quinto ocupante do veículo, se ele era o verdadeiro alvo dos tiros, de onde partiram os disparos (veículo, moto ou atirador a pé) e a motivação do ataque. Até o momento, ninguém foi preso pelo crime, e a autoria permanece desconhecida.
Câmara de Aparecida.
Em nota, a Câmara Municipal de Aparecida informou que nenhum vereador do município conhece, manteve contato ou trocou mensagens com Isaías Abraão Mendes da Silva, com quaisquer envolvidos ou com qualquer pessoa relacionada à ocorrência.
“Não existe entre os membros da atual legislatura qualquer indivíduo que possa ser identificado como o suposto ‘amigo vereador’ mencionado”, diz a nota.
A Câmara informou ainda que também se colocará à disposição da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) para “prestar esclarecimentos necessários à adequada elucidação dos fatos e evitar que equívocos semelhantes se repitam”.