O PCC (Primeiro Comando da Capital) mapeou integrantes do Comando Vermelho (CV) no Vale do Paraíba, a região mais violenta do estado de São Paulo, alvo de uma guerra entre as duas principais facções criminosas do Brasil, que disputam o controle do tráfico de drogas.
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A tensão entre as duas maiores facções criminosas do país, que começou há quase uma década, reacendeu com força.
O Vale, localizado entre os dois maiores mercados consumidores de drogas do Brasil — São Paulo e Rio de Janeiro —, é hoje uma trincheira da guerra do crime organizado.
O PCC e o Comando Vermelho disputam o controle do bilionário mercado de drogas e das rotas de escoamento que cruzam o Vale em direção ao Rio.
A facção paulista, que nasceu em Taubaté em 1993, mantém hegemonia no estado, mas enfrenta resistência na fronteira fluminense — especialmente no Vale Histórico e no Litoral Norte.
As áreas de maior tensão são o Vale Histórico — que reúne Lorena, Cruzeiro e Guaratinguetá — e o Litoral Norte, com Ubatuba e Caraguatatuba entre as cidades mais afetadas. O Vale concentra 7 das 10 cidades com as maiores taxas de homicídio no estado (leia aqui).
Nesta terça-feira, uma megaoperação policial contra o CV no Rio terminou com mais de 60 suspeitos mortos, além de 4 policiais, 81 presos e clima de guerra (leia aqui).
Mapa.
De acordo com as investigações, o PCC realizou um mapeamento detalhado dos integrantes do Comando Vermelho que se fixaram na região.
A infiltração ocorre principalmente por duas rotas: o Vale Histórico, na divisa com o Rio de Janeiro, e o Litoral Norte, com destaque para Ubatuba, onde o CV mantém “biqueiras” ligadas a Paraty (RJ) e Angra dos Reis (RJ).
“Tem presença do CV em Cruzeiro, Lorena e Canas, no Vale Histórico, e também no Litoral, em Ubatuba. São fugitivos e traficantes cariocas que cruzaram a fronteira”, contou à reportagem um policial da região.
Os membros da facção carioca, liderada por Fernandinho Beira-Mar, chegam ao Vale vindos de Volta Redonda, Paraty e Rio de Janeiro.
Tarcísio.
Em entrevista exclusiva a OVALE, concedida em 2024, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) confirmou que a guerra entre PCC e facções do Rio é o principal fator da escalada de violência no Vale.
“O Vale sofre mais porque enfrenta a tentativa de invasão de facções criminosas do Rio. Essa disputa é o principal fator por trás dos homicídios na região”, afirmou Tarcísio.
O governador classificou a RMVale como uma das três prioridades do combate ao crime organizado, ao lado da Baixada Santista e da capital paulista.
O comandante do CPI-1 (Comando de Policiamento do Interior), coronel Luiz Fernando Alves, disse que a Polícia Militar do Vale troca informações constantemente com as de Minas e do Rio com foco nesse combate integrado aos criminosos (leia aqui).