NA ASSEMBLEIA

Após Ortiz ter mandato cassado, Alesp empossará suplente dia 14

Por Julio Codazzi | Taubaté
| Tempo de leitura: 3 min
Montagem feita com fotos da Assembleia Legislativa
Ortiz Junior dará lugar a Damaris Moura na Alesp
Ortiz Junior dará lugar a Damaris Moura na Alesp

Dez dias após o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) cassar o mandato do deputado estadual Ortiz Junior (Cidadania), que é ex-prefeito de Taubaté, por infidelidade partidária, a Assembleia Legislativa convocou a suplente Damaris Moura (PSDB) para tomar posse.

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Assinado pelo presidente da Alesp, André do Prado (PL), o ato foi publicado no diário oficial nessa sexta-feira (11). A cerimônia de posse será realizada na próxima segunda-feira (14), a partir das 14h30.

Em nota, a assessoria jurídica de Ortiz afirmou que "já foi interposto o recurso cabível" contra a cassação do mandato e que "aguarda sobre a suspensão da decisão" do TRE. O comunicado disse ainda que o agora ex-deputado "reitera seu total respeito às instituições e sua confiança na Justiça Eleitoral".

Julgamento.

O julgamento que determinou a cassação do mandato de Ortiz foi concluído em 1º de julho. Foram quatro votos pela cassação do mandato (do juiz Rogério Cury, que é o relator do caso, e dos desembargadores Cotrim Guimarães, Encinas Manfré e Silmar Fernandes, que é o presidente da Corte) e três votos pela extinção do processo (dos juízes Regis de Castilho, Cláudia Bedotti e Claudio Langroiva Pereira).

A ação foi movida pelo antigo partido de Ortiz, o PSDB, e por Damaris Moura. Na eleição de 2022, Ortiz ficou como primeiro suplente da federação formada pelos partidos PSDB e Cidadania, que elegeu 12 deputados. Damaris ficou como segunda suplente.

Em 28 de março de 2024, Ortiz deixou o PSDB e migrou para o Republicanos, partido no qual foi candidato à Prefeitura de Taubaté e acabou derrotado no segundo turno, no dia 27 de outubro.

Em 12 de novembro, Ortiz se filiou novamente ao PSDB, por meio do diretório municipal. Ainda no ano passado, essa nova filiação de Ortiz ao PSDB foi questionada por Damaris. No dia 2 de dezembro, a executiva nacional do PSDB determinou uma intervenção no diretório do partido em Taubaté. No dia 12, a executiva nacional decidiu que a refiliação do ex-prefeito ao PSDB era nula. A alegação é de que a nova filiação do ex-prefeito não teria seguido o estatuto da legenda. No dia 8 de janeiro, dois dias após a posse como deputado, a Justiça Eleitoral aceitou a comunicação feita pelo PSDB e confirmou que Ortiz não estava mais filiado ao partido – posteriormente, em março, ele se filiou ao Cidadania.

Ação.

"Sua refiliação ocorreu em desrespeito às regras estatutárias, o que somente foi possível por fazer uso de expediente atentatório à esperada boa-fé, qual seja, manteve o órgão municipal do PSDB de Taubaté sob o controle de pessoas próximas sua, inclusive parentes (Jandyra Emília de Souza Ortiz e João Roberto Ortiz Monteiro Neto, respectivamente mãe e irmão)", diz trecho da ação movida por PSDB e Damaris.

Na ação, partido e suplente afirmam ainda que Ortiz usou a legenda de "mero instrumento de seus fins" e que a história do ex-prefeito no PSDB "foi rasgada quando [Ortiz] revelou sua verdadeira índole política, qual seja, a de pensar exclusivamente em seu próprio interesse". "A verdadeira agremiação do requerido é o 'Partido Ortiz'. Neste contexto, é certo que jamais houve justa causa para o requerido deixar o PSDB", diz trecho da ação.

"É evidente que o requerido [Ortiz] deixou o partido para tratar de seus interesses políticos pessoais, evidenciando a quebra da obrigatória fidelidade partidária, razão pela qual o mandato, pertencente ao PSDB, deve a ele ser restituído", conclui a ação.

Em janeiro, quando a ação foi protocolada, Ortiz afirmou que "a posse [como deputado] foi realizada de forma legítima" e que tem "plena tranquilidade de que qualquer movimentação partidária ocorrida anteriormente não configura infração à legislação eleitoral, estando sua atuação em conformidade com os princípios legais e éticos".

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