
Alvo de uma ação de infidelidade partidária movida pelo PSDB, o deputado estadual Ortiz Junior, que é ex-prefeito de Taubaté, se filiou a uma nova legenda, o Cidadania.
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Ortiz assinou a filiação ao novo partido no fim da semana passada, em reunião com a deputada estadual Ana Carolina Serra e com o deputado federal Alex Manente, ambos do Cidadania.
Desde as eleições de 2022, o Cidadania forma uma federação justamente com o PSDB, mas o partido anunciou esse mês que a parceria com os tucanos não será renovada em 2026.
Procurado nessa segunda-feira (24), Ortiz não havia se manifestado sobre a escolha do novo partido até a publicação do texto. O espaço segue aberto.
Partidos.
Ortiz tomou posse como deputado estadual no dia 6 de janeiro desse ano, para um mandato-tampão que se encerra em março de 2027 - assumiu a vaga que foi aberta após a renúncia do ex-deputado Vinícius Camarinha (PSDB), que tomou posse como prefeito de Marília.
Desde o dia 13 de janeiro, Ortiz é alvo de ação de infidelidade partidária movida pelo PSDB e por Damaris Moura Kuo (PSDB), que é a próxima suplente da federação PSDB/Cidadania na Assembleia Legislativa. O processo ainda não foi julgado pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral).
Na eleição de 2022, Ortiz ficou como primeiro suplente da federação formada pelos partidos PSDB e Cidadania, que elegeu 12 deputados. Damaris ficou como segunda suplente.
Em 28 de março de 2024, Ortiz deixou o PSDB e migrou para o Republicanos, partido no qual foi candidato à Prefeitura de Taubaté e acabou derrotado no segundo turno, no dia 27 de outubro.
Em 12 de novembro, Ortiz se filiou novamente ao PSDB, por meio do diretório municipal. Ainda no ano passado, essa nova filiação de Ortiz ao PSDB foi questionada por Damaris. No dia 2 de dezembro, a executiva nacional do PSDB determinou uma intervenção no diretório do partido em Taubaté. No dia 12, a executiva nacional decidiu que a refiliação do ex-prefeito ao PSDB era nula. A alegação é de que a nova filiação do ex-prefeito não teria seguido o estatuto da legenda. No dia 8 de janeiro, a Justiça Eleitoral aceitou a comunicação feita pelo PSDB e confirmou que Ortiz não estava mais filiado ao partido.
Ação.
"Sua refiliação ocorreu em desrespeito às regras estatutárias, o que somente foi possível por fazer uso de expediente atentatório à esperada boa-fé, qual seja, manteve o órgão municipal do PSDB de Taubaté sob o controle de pessoas próximas sua, inclusive parentes (Jandyra Emília de Souza Ortiz e João Roberto Ortiz Monteiro Neto, respectivamente mãe e irmão)", diz trecho da ação movida por PSDB e Damaris.
Na ação, partido e suplente afirmam ainda que Ortiz usou a legenda de "mero instrumento de seus fins" e que a história do ex-prefeito no PSDB "foi rasgada quando [Ortiz] revelou sua verdadeira índole política, qual seja, a de pensar exclusivamente em seu próprio interesse". "A verdadeira agremiação do requerido é o 'Partido Ortiz'. Neste contexto, é certo que jamais houve justa causa para o requerido deixar o PSDB", diz trecho da ação.
"É evidente que o requerido [Ortiz] deixou o partido para tratar de seus interesses políticos pessoais, evidenciando a quebra da obrigatória fidelidade partidária, razão pela qual o mandato, pertencente ao PSDB, deve a ele ser restituído", conclui a ação.
Em janeiro, quando a ação foi protocolada, Ortiz afirmou que "a posse [como deputado] foi realizada de forma legítima" e que tem "plena tranquilidade de que qualquer movimentação partidária ocorrida anteriormente não configura infração à legislação eleitoral, estando sua atuação em conformidade com os princípios legais e éticos".