ADEUS, YURI

‘Te carreguei em meus braços até a sepultura’, diz mãe de Yuri

Por Da redação | Taubaté
| Tempo de leitura: 4 min
Reprodução / Instagram
A mãe e o pequeno Yuri, que morreu em Taubaté
A mãe e o pequeno Yuri, que morreu em Taubaté

A mãe do pequeno Yuri tem usado as redes sociais para se despedir do menino, que morreu na última quinta-feira (13), em Taubaté. As circunstâncias da morte da criança ainda estão sendo investigadas pela Polícia Civil.

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“Te carreguei em meus braços até a sepultura, mas na alma e no coração vou te carregar eternamente.. Meu Yuri”, escreveu a mãe no Instagram, ao lado de série de fotos com o filho.

O menino estava com o padrasto em casa quando foi chamado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que levou a criança para o Hospital Regional do Vale do Paraíba, em Taubaté. Yuri deu entrada na unidade em parada cardiorrespiratória após um traumatismo craniano. O óbito foi constatado no hospital.

A equipe médica que atendeu Yuri verificou diversas lesões pelo corpo do menino, algumas delas com indícios de terem sido causadas em dias distintos. A criança apresentava ferimentos que levantaram suspeita de maus-tratos.

A mãe culpa o padrasto, seu ex-namorado, pela morte do filho. Ela disse que rompeu o relacionamento depois da morte do menino. “Ele me mandou diversas mensagens querendo que eu defendesse ele e todas elas foram sem respostas, por que como que defende uma pessoa dessa?”, afirmou.

Tão logo a morte do menino foi registrada, a Polícia Civil começou a investigar o caso, com diligências no hospital e na residência da família, além de requisitar exames periciais no local e a necropsia do corpo no IML (Instituto Médico Legal) para esclarecer as causas da morte.

Homenagens.

Nas redes sociais, a mãe tem homenageado o filho por meio de longos textos sobre o menino, mas também em tom de desabafo e de indignação com a morte da criança.

“Yuri me salvou de depressão, crises constantes de ansiedade e de pânico, quem me conhece sabe! Eu movia céus e terras por esse garotinho, tudo o que ele queria ele tinha, sempre andou bem arrumado, bem cuidado e amor da minha parte jamais faltou!”, disse a mãe.

“Hoje sinto a dor da perda dele, só quem já perdeu um filho vai entender o que eu tô falando, você olha pra rua e lembra que seu filho gostava de brincar ali, escuta o barulho do trem passando e lembra que seu filho adorava olhar o trem, acordar de manhã e ver a lata de Nescau e saber que o seu filho não vai estar ali pra te pedir leite, desde então não largo o celular, não consigo parar de ver as fotos dele, os nossos vídeos que não são poucos.”

Entenda o caso.

O caso ocorreu em uma residência de Taubaté onde a criança morava com a mãe, de 22 anos, e o padrasto, de 21 anos. A mãe disse que o filho estava com uma babá, que mora no mesmo terreno da sua casa, quando o Samu foi acionado. Também estava presente o namorado dela e padrasto da criança.

Ela contou ainda que o namorado tinha ciúmes do filho, e que eventualmente o casal se desentendia por conta da criança.

A babá disse que o padrasto afirmou que Yuri tinha vomitado e que iria dar um banho nele, momento em que teria descido para atender um amigo, que tinha chegado ao local. Momentos depois, o homem afirmou que a criança teria caído e batido o rosto no chão, quando então acionou o Samu.

O amigo do padrasto disse que estava em um bar quando o homem o teria chamado para ir até sua casa, por volta de 12h30. Ele disse que, ao chegar ao local, viu Yuri deitado, e foi informado pelo amigo que o menino estava doente.

Disse ainda que o padrasto anunciou que daria um banho na criança e que, momentos depois, ele teria saído do banheiro e dito que o menino teria caído, tentando reanimá-lo. Narrou que viu sangue escorrendo pelo nariz de Yuri.

Por sua vez, o padrasto disse que foi atender o amigo que o chamava, e que, ao retornar para a casa, viu a criança com vômito, momento que decidiu dar um banho nela.

Relata que se ausentou para pegar uma toalha. Ao retornar, disse que Yuri estava com a boca machucada e o nariz sangrando, momento em que saiu de lá com ele para chamar o Samu.

Admitiu que atualmente está afastado da mãe do menino e que a criança tinha ciúmes da sua relação com a mãe. Confessou que, eventualmente, gritava com a criança, pois a mãe teria dado essa liberdade a ele. Negou que já tenha batido em Yuri. Afirmou que as lesões no corpo da vítima derivam de brincadeiras que o menino fazia, inclusive com o cachorro da família.

Após os primeiros trabalhos investigativos, a autoridade policial determinou o encaminhamento do corpo da vítima para o IML (Instituto Médico Legal) para exame necroscópico. O caso foi registrado na Delegacia de Taubaté como morte suspeita e morte acidental. Até o momento, ninguém foi indiciado ou preso.

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