O ex-vereador Ricardo Kbelo (PRTB), candidato derrotado ao mesmo cargo nas eleições de 2024, pediu à Justiça Eleitoral a cassação dos candidatos à Câmara de Bauru eleitos pelo Podemos na disputa deste ano.
Ele argumenta que a legenda fraudou o dispositivo legal que obriga as agremiações partidárias a lançarem pelo menos 30% de candidatas mulheres nas eleições proporcionais - a chamada cota de gênero.
Procurado pelo JCNET, o presidente do Podemos Robinson "Pio" afirmou que ainda não foi notificado. Lembrou, contudo, que "a Justiça pode indeferir a petição inicial sem nem notificar o Podemos". "Em momento algum houve fraude", ressaltou.
O ponto fulcral da denúncia envolve uma candidata que renunciou à disputa em setembro deste ano, a poucas semanas da ida às urnas. Segundo Kbelo, o Podemos deveria ter reposto a vaga da candidata em função de sua desistência e não o fez.
Há indícios, segundo Kbelo, de que candidaturas femininas foram preenchidas somente para cumprir o mínimo legal. Entre eles, pontua, repasses de valores ínfimos - R$ 3 mil - e idênticos para as candidatas mulheres.
Segundo a ação, valores superiores aos R$ 3 mil efetivamente pagos teriam sido prometidos a elas. Na prática, a redução da verba teria "forçado" a desistência - em benefício de outros candidatos, de acordo com Kbelo.
A ação pede a instauração de uma investigação judicial eleitoral para apurar se o argumento do ex-vereador procede e, neste caso, também seus pedidos.
Eventual procedência alteraria o o cenário da Câmara, já que deixariam a Casa os eleitos Júnior Lokadora, Pastor Bira e Emerson Construtor - todos do Podemos. Ainda não há decisão da Justiça.
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