Forças rebeldes entraram na capital da Síria, Damasco, e há relatos de que o presidente Bashar al-Assad fugiu do país de avião para um local desconhecido. Quem são esses grupos e o que pretendem?
Quem são os rebeldes
Os rebeldes que tomaram o poder na Síria são uma aliança heterogênea de grupos insurgentes. Eles são formados por diferentes facções com objetivos variados, mas unidos pela oposição ao regime de Bashar al-Assad.
O principal líder é Abu Mohamed al-Julani, do HTS. O grupo é uma dissidência do Al Qaeda e é considerado terrorista pela União Europeia, Turquia e Estados Unidos.
HTS (Hayat Tahrir al-Sham): Principal força no avanço rebelde, o HTS é formado por ex-membros da filial síria da Al-Qaeda. Liderado por Abu Mohamed al-Julani, o grupo controla vastas áreas na província de Idlib e busca implantar um regime islâmico moderado, distanciando-se das práticas do ISIS (Estado Islâmico).
ENS (Exército Nacional Sírio): Outra facção importante na insurgência, o ENS é apoiado pela Turquia e atua no noroeste do país. Com uma estratégia menos extremista que o HTS, o grupo almeja uma transição política que envolva reformas e maior participação internacional.
FDS (Forças Democráticas Sírias): Lideradas por curdos e compostas por diversos grupos étnicos, as FDS defendem um modelo secular e democrático para o país. Com maior presença no norte e leste da Síria, elas lutam pela autonomia regional e pelos direitos das minorias.
Outros grupos rebeldes: Além dessas forças principais, facções menores, como o Hurras al-Din, afiliado à Al-Qaeda, e milícias locais, contribuem para o mosaico de oposição ao regime. Essas unidades operam de forma independente ou em alianças temporárias, dependendo dos interesses regionais.
A ofensiva
Rebeldes sírios depuseram Assad e declararam controle de Damasco. Após 24 anos no poder, Bashar al-Assad foi derrubado por uma coalizão de grupos insurgentes que, desde o final de novembro, empreenderam uma ofensiva pelas principais cidades do país. O paradeiro do presidente é desconhecido, mas fontes afirmam que ele deixou a capital antes da chegada das forças opositoras.
Ofensiva começou em 27 de novembro e avançou rapidamente. Em menos de duas semanas, cidades como Aleppo, Hama e Homs caíram sob controle rebelde. Damasco foi o último marco dessa campanha, culminando na invasão da prisão militar de Saydnaya, onde milhares de prisioneiros foram libertos.
Objetivos
Entre os objetivos pendentes, está a consolidação do controle sobre o território e a superação das diferenças ideológicas entre facções. Enquanto o HTS busca um regime islâmico, outros grupos defendem uma administração secular. Os rebeldes também precisam buscar reconhecimento internacional, reconstruir o país devastado pela guerra e garantir segurança para evitar novos conflitos, fatores essenciais para estabilizar a Síria.
Os rebeldes sírios alcançaram vitórias importantes, como a captura de cidades estratégicas -Aleppo, Hama, Homs e Damasco- e a derrubada do regime de Bashar al-Assad. A libertação de milhares de prisioneiros da prisão de Saydnaya marcou simbolicamente o fim de um período de repressão. Além disso, a união de grupos como o HTS e o ENS mostrou coordenação e força militar