MOBILIDADE

MobiZika: crianças aprendem a dirigir carrinhos adaptados

Por Redação | Prefeitura de Jundiaí
| Tempo de leitura: 3 min
Divulgação / Prefeitura de Jundiaí
As crianças são treinadas para, de maneira autônoma, utilizarem o carrinho, como Yara, de cinco anos
As crianças são treinadas para, de maneira autônoma, utilizarem o carrinho, como Yara, de cinco anos

Sozinha, a pequena Yara, de cinco anos, apertou o comando do carrinho elétrico adaptado e percorreu uma curta distância. Bastou para emocionar todos os presentes. A criança é uma das beneficiadas pelo projeto MobiZika, que entra na segunda etapa.

Financiado pelo Ministério Público do Trabalho — Procuradoria Regional do Trabalho da 15ª Região Campinas —, o projeto-piloto visa fornecer um meio de locomoção motorizada para as crianças com paralisia cerebral grave ou causada pelo zika, com idades entre um e seis anos, que dependem constantemente do colo de seus familiares.

A iniciativa foi idealizada pelo Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ), para atender as crianças participantes da Coorte Zika Jundiaí, de estudos e de pesquisa da Síndrome Congênita do Zika Vírus, coordenados pelo médico pediatra, Prof. Dr. Saulo Passos. Com a parceria da prefeitura, articulada pela Rede Jundiaí de Cooperação, vinculada à Unidade de Gestão de Governo e Finanças (UGGF), foi possível a conexão entre o Hospital Universitário (HU), Centro Universitário Padre Anchieta (UniAnchieta) e Amarati para que a iniciativa se concretizasse. Ao todo, dez carrinhos foram adaptados – os primeiros já entregues em maio de 2024.

“Nesta fase, estamos treinando as crianças para que elas reconheçam as possibilidades, ou seja, para aprenderem a acionar, a parar e a guiar os carrinhos personalizados. Assim, de maneira autônoma, elas poderão utilizar a ferramenta, melhorando sua qualidade de vida e ampliando o seu desenvolvimento cognitivo e motor. Além disso, a ideia é promover maior socialização, já que poderão, por exemplo, ir para um parque”, enfatizou o fisioterapeuta Fábio Valente Rizzo, mestrando da FMJ, enquanto ensinava os comandos para Yara.

O treinamento, com duração de oito semanas, ocorre na UniAnchieta, e é extensivo aos cuidadores, que poderão controlar o carrinho à distância por meio de um controle remoto.

“A proposta, a partir de agora, é que a ferramenta passe a fazer parte do dia-a-dia dessas crianças e famílias, não como um brinquedo, por mais lúdico que seja, mas como parte do processo de evolução motora. Ao longo dos próximos dois a três anos, a evolução de cada uma no próprio carrinho será mapeada e traduzida, cada vez mais, numa evolução também em termos de estudo do que podemos fazer a partir de então para acompanhar o processo de estruturação cognitiva e motora delas”, acrescentou o diretor de Pós-graduação no Centro Universitário Padre Anchieta, Filipe Baptista Pires, um dos coordenadores pela Unianchieta, da parceria no projeto.

Gratidão

Para a mãe da Yara, Grasiele de Oliveira Silva, o primeiro momento da filha junto ao novo equipamento é uma mostra do benefício proporcionado pelo projeto. “Ela conseguiu apertar. Que felicidade! Desde que ela viu, pela primeira vez, ela já demonstrou empolgação. Com o carrinho, a Yara vai poder sair, brincar no parque. Para nós, isso é ótimo, é um presente”, frisou.

O prefeito Luiz Fernando Machado também enfatiza a importância da iniciativa que reúne várias instituições e profissionais. “Sem dúvidas, é um equipamento que impactará na vida de cada uma dessas crianças e de seus familiares, aumentando os níveis de participação nos diferentes contextos sociais. Esse projeto é um investimento na primeira infância e em saúde pública. Somos gratos a todos os envolvidos”, ressaltou.

Comentários

Comentários