Um comerciante de 70 anos foi preso pela Polícia Civil, por homicídio, 23 anos após o crime ter sido cometido na região central de São José dos Campos. O enteado dele também foi preso na mesma operação, por um crime de estupro cometido em 2017, em São José. Os policiais cumpriram mandados de prisão.
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Elmar Landim do Nascimento, 70 anos, foi preso em Vila Velha, no estado do Espírito Santo, por policiais civis locais, que cumpriram mandado de prisão expedido pela justiça em São José e em cooperação com a Delegacia de Homicídios da cidade do Vale do Paraíba. A prisão ocorreu na última sexta-feira (19).
O idoso é acusado de ter matado a tiros a comerciante Nilce dos Santos Silva, em 6 de agosto de 2001. Na época, a vítima tinha 37 anos e possuía relação comercial com Elmar, em razão de um estacionamento em São José. Nilce era casada e nascida em Cruzeiro, morando no Jardim Satélite, na região sul de São José.
A polícia informou que Elmar também tentou matar o filho de Nilce, na época com 18 anos, que levou dois tiros e sobreviveu.
Nilce e Elmar tinham desavenças comerciais em razão de um estacionamento na região central de São José, onde o crime ocorreu. A comerciante havia vencido uma disputa judicial contra Elmar por causa do negócio, o que o teria levado a ameaçá-la, conforme a investigação.
Mandado de prisão.
Segundo o delegado Neimar Camargo Mendes, da Delegacia de Homicídios de São José, a polícia recebeu o mandado de prisão de Elmar e trabalhou para localizá-lo. Ele foi descoberto no Espírito Santo, onde seria responsável por uma pizzaria e estaria usando documentos falsos.
A Polícia Civil também apurou que o enteado de Elmar – Valdir Maria Junior – era procurado pelo crime de estupro ocorrido em São José, em 2017. Ele também foi preso.
“Fizemos contato com a Polícia Civil do Espírito Santo, fornecendo o endereço dos procurados. Policiais daquele estado foram até o local e localizaram os procurados, efetuando assim suas prisões”, disse Mendes.
O crime.
Na época do homicídio, Elmar, que é natural de Carvalhos (MG), morava na Estrada do Cajuru, perto do bairro Serrote, na zona norte de São José.
De acordo com o boletim de ocorrência, no dia 6 de agosto de 2001, por volta de 8h40, no estacionamento do Hotel La Paz, no centro de São José, Elmar, que no dia anterior tinha ameaçado Nilce de morte, cumpriu a ameaça e a matou com um tiro na cabeça.
Segundo a polícia, “sem que a vítima oferecesse resistência”, ele efetuou um “disparo de arma de fogo a queima roupa, tirando de forma banal sua vida”.
Ainda segundo o registro policial, Elmar também tentou matar Marcelo, filho da vítima e testemunha presencial do crime, para evitar que ele denunciasse o homicídio à polícia.
Marcelo foi alvejado com dois disparos de arma de fogo no tórax. Ele fingiu-se de morto e sobreviveu ao atentado, após ser socorrido e internado no pronto-socorro do Hospital Municipal de São José.
Crime premeditado.
Outra testemunha viu Elmar ameaçando Nilce e, no dia do crime, deixando o local do homicídio em seu veículo, “calmamente e como não tivesse acontecido nada”, demonstrando que “o crime teria sido premeditado e usando de frieza foi perpetrado”.
Dois dias depois do crime, a família de Nilce recebeu uma ligação com uma voz feminina não identificada, que reforçou a ameaça, dizendo que “isso não vai parar por aí, pois não acabou ainda”. Outros familiares de Nilce estavam em risco.
Marcelo também disse à polícia que Nilce pedia calma a Elmar, que atirou na direção da cabeça da mulher e, em seguida, apontou a arma para ele, atingindo-o com dois tiros. Para escapar, ele se fingiu de morto.
No boletim, a polícia informou que o crime provocou “comoção social intensa” e que havia um mandado de prisão temporária para Elmar, que na época era considerado foragido.