TRANSPORTE PÚBLICO

Tentativa de alugar 400 ônibus via Urbam fracassa pela quinta vez

Por Da Redação | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Adenir Britto/PMSJC
Proposta foi de R$ 3,938 bilhões por 15 anos, enquanto o teto era de R$ 2,921 bilhões
Proposta foi de R$ 3,938 bilhões por 15 anos, enquanto o teto era de R$ 2,921 bilhões

A tentativa da Prefeitura de São José dos Campos de alugar 400 ônibus elétricos por meio da Urbam (Urbanizadora Municipal), que é uma estatal controlada pelo município, fracassou pela quinta vez.

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A abertura dos envelopes, feita na manhã dessa segunda-feira (15), mostrou que apenas uma empresa apresentou proposta, e com valor bem acima do máximo previsto no edital. A Logitectrans, que tem sede em São Bernardo, fez proposta de R$ 3,938 bilhões, enquanto o teto era de R$ 2,921 bilhões pelo contrato de 15 anos.

Em nota, a Urbam afirmou que, como a proposta da empresa ficou "acima do valor do edital", isso "inviabilizou o certame". "A Urbam e a Prefeitura de São José dos Campos irão avaliar todo o histórico do processo e consultar o mercado para decidir os próximos passos", concluiu a estatal.

Impasse.

A novela começou em janeiro de 2019, quando a Prefeitura pagou R$ 2,4 milhões para a FGV (Fundação Getúlio Vargas) elaborar o novo modelo de concessão. Seria um contrato tradicional, em que seriam escolhidas as empresas que operariam os ônibus, em dois lotes. Editais foram lançados em 2020 e 2021, mas não houve interesse do mercado no modelo proposto. Apenas o Grupo Itapemirim participou, mas o contrato não foi adiante pois a empresa não comprovou que seria capaz de entregar o que era exigido.

Em março de 2022, inspirada em proposta do governo de Goiás, a Prefeitura passou a apostar em um novo modelo, que consiste em alugar os ônibus por meio de uma estatal – a Urbam, no caso - e contratar outra empresa para operá-los, em outra licitação, feita pela Secretaria de Mobilidade Urbana.

Até o fim do ano passado, a Urbam já havia lançado quatro diferentes editais, mas todos fracassaram. Dois deles chegaram a atrair uma empresa cada, mas ambas acabaram desclassificadas. As outras tentativas foram barradas pela Justiça e pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) – entre falhas apontadas pelo TCE estão que o modelo que envolve a Urbam não foi discutido em audiências públicas (isso só foi feito com o modelo da FGV) e que a Prefeitura não comprovou a viabilidade econômica desse novo modelo.

Contratos.

Devido aos fracassos nas licitações, a Prefeitura tem feito sucessivas prorrogações nos atuais contratos.

Firmados em abril de 2008, os contratos com a Joseense e a Expresso Maringá deveriam ter sido encerrados em abril de 2020, mas já sofreram quatro prorrogações: para fevereiro de 2021, outubro de 2022, outubro de 2023 e outubro de 2024.

Já o contrato com a Saens Peña, firmado em outubro de 2010 e que deveria ter sido encerrado em fevereiro de 2021, foi prorrogado três vezes: para outubro de 2022, outubro de 2023 e outubro de 2024.

Repasses.

Em meio aos fracassos das tentativas de fazer novas licitações para o transporte público, a Prefeitura repassou R$ 194,1 milhões às três atuais concessionárias de outubro de 2020 a dezembro de 2023, sendo R$ 70,32 milhões para a Saens Peña, R$ 65,63 milhões para a Joseense e R$ 58,16 milhões para a Expresso Maringá.

Iniciados no fim de 2020, ainda na fase mais crítica da pandemia da Covid-19, os repasses eram justificados como uma forma de “proporcionar o reequilíbrio econômico e financeiro do contrato de concessão” – não há previsão de até quando serão feitos.

Comentários

1 Comentários

  • gilmar 10 horas atrás
    Nossos governantes regionais dando mostra de incompetentes , e usam aquele tema de cidade inteligente kkk