FORAGIDA

Fugitiva, bolsonarista de São José entra na lista da Interpol

Por Marcelo Rocha | São José dos Campos
| Tempo de leitura: 3 min
Foto: Reprodução
PGR pediu que 51 indivíduos acusados de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro fossem incluídos na lista vermelha da Interpol
PGR pediu que 51 indivíduos acusados de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro fossem incluídos na lista vermelha da Interpol

A cabeleireira Alethea Veruska Soares, 49 anos, de São José dos Campos, condenada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a 17 anos de prisão pela participação nos atos golpistas e de vandalismo contra a Praça dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro do ano passado, entrou na lista vermelha da Interpol, após fugir do país com destino ao Uruguai.

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Alethea foi detida, mas conseguiu a liberdade monitorada por tornozeleira eletrônica. No entanto, no começo de janeiro, ela fugiu para o Uruguai, cruzando a fronteira em Santana do Livramento (RS), após quebrar a tornozeleira que lhe foi concedida como medida cautelar durante o processo dos crimes que cometeu.

Nesta quarta-feira (15), Paulo Gonet, o Procurador-Geral da República, pediu que 51 indivíduos acusados de envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 fossem incluídos na lista vermelha da Interpol. O pedido da PGR visa principalmente os bolsonaristas que participaram dos ataques e que atualmente estão foragidos ou que conseguiram escapar após danificar suas tornozeleiras eletrônicas.

INTERPOL

A Interpol é uma organização policial criminal composta por 196 países, que o Brasil integra por meio da Polícia Federal (PF). Se a manifestação do PGR for acatada pela entidade, a difusão vermelha, na prática, faz dessas pessoas foragidos internacionais.

RELEMBRE O CASO

Alethea entrou no Palácio do Planalto durante os atos golpistas e foi condenada por tentar um golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa armada.

Em depoimento, Alethea disse que seu objetivo era conseguir “mais transparência acerca de como ocorreram as votações e segurança das urnas eletrônicas”. Ela nega depredações e afirmou ter entrado no Palácio do Planalto porque “havia muitas bombas, e estava passando mal, chegando a vomitar numa lixeira”.

“A Polícia Federal noticiou, nos presentes autos, a evasão da ré para o Uruguai, destino provavelmente escolhido como decorrência do fato de que a maior parte da fronteira do Brasil com esse Estado soberano é seca, com cidades gêmeas, separadas por apenas uma rua, dificultando o registro da sua saída do território nacional", relatou a corporação, de acordo com o mandado de prisão.

Por causa da fuga, o STF ordenou o bloqueio de suas contas bancárias. Do Uruguai, ela entrou na Argentina em 12 de abril, segundo uma fonte relatou ao UOL. A defesa dela não quis prestar esclarecimentos à reportagem.

CONDENADOS EM FUGA

Ao menos dez militantes bolsonaristas condenados ou investigados por participarem dos ataques antidemocráticos às sedes dos Três Poderes, em 8 de janeiro de 2023, quebraram suas tornozeleiras eletrônicas e fugiram do Brasil.

O levantamento do UOL aponta que ao menos 51 pessoas suspeitas de participar dos ataques às sedes dos Três Poderes após as eleições presidenciais de 2022 têm mandados de prisão em aberto ou fugiram após quebrar as tornozeleiras eletrônicas.

Entre elas, a reportagem identificou dez pessoas que fugiram para o exterior neste ano pelas fronteiras de SC e RS, incluindo a cabeleireira de São José. Os destinos delas foram a Argentina e o Uruguai. Sete dos fugitivos já foram condenados pelo STF a mais de dez anos de prisão por participarem de tentativa de golpe de Estado no 8 de Janeiro.

Seis dos dez fugitivos são mulheres, e a maioria é de estados do Sul (PR e SC) e do Sudeste (SP e MG). A idade média deles é de 50 anos. O levantamento foi feito com base em registros do STF e CNJ (Conselho Nacional de Justiça), como ordens de prisão, e em entrevistas com parentes, investigadores, amigos e advogados.

Os advogados dos investigados e réus negam que eles tenham depredado prédios públicos ou participado de tentativa de golpe de Estado nos ataques de 8 de janeiro. Alguns afirmaram que estavam nos prédios dos Três Poderes apenas para se protegerem de bombas lançadas por agentes de segurança.

Pelas leis brasileiras, a destruição da tornozeleira e a fuga não aumentam a punição, mas o fugitivo perde o direito ao regime aberto e volta ao semiaberto ou fechado. Por outro lado, facilitar a fuga é crime punível com seis meses a dois anos de detenção.

Comentários

2 Comentários

  • JOÃO PAULO 16/05/2024
    Espero que todos os ditos \"Patriotas\" que atentaram contra a democracia sejam presos com uma condenação exemplar. Os mesmos que julgam a Venezuela apoiam um golpe e um tirano no poder. Essas pessoas precisam se informar antes de apoiar um governo que restrigem direitos.
  • André Marques 16/05/2024
    Espero que seja logo capturada e apodreça na cadeia, que é lugar dessa laia de bandidos!