POLÍTICA

Flávio Paradella: As Quatro Candidaturas

Por Flávio Paradella | Especial para a Sampi Campinas
| Tempo de leitura: 4 min
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Todas as quatros candidaturas ainda buscam um alicerce
Todas as quatros candidaturas ainda buscam um alicerce

Até aqui, Campinas tem quatro postulantes oficializados em busca do Palácio dos Jequitibás. Por mais estranho que seja chamar uma pré-candidatura de oficial. Buscam o principal cargo da cidade Dário Saadi (Republicanos), Rafa Zimbaldi (Cidadania), Pedro Tourinho (PT) e Paulo Gaspar (Novo).

Dário é a vidraça da vez e busca a reeleição junto com Wandão (PSB), após quase 3 anos e meio de mandato em uma administração até aqui sem uma marca aparente. “Sem sal”, como já disse outras vezes. As grandes obras da gestão não se concretizaram, a não ser a mais emblemática que foi o Hospital Mário Gattinho, porém maculado com problemas estruturais. A cidade aguarda o fim de obras como a reforma do Hospital Mário Gatti, a entrega total das creches prometidas, do Centro de Convivência, o BRT e o desenrolar de licitações como a dos transportes e piscinões. Como todo o prefeito que parte para tentar um segundo mandato, Dário será atacado com todas as forças.

Rafa Zimbaldi é seu principal adversário desde a última eleição e chega a 2024 raquítico de aliados. O deputado estadual conseguiu resolver o impasse com o PSDB e garantir a pacificação forçada da sigla. Ficou com o partido, mas não ficou com os partidários. A debandada foi geral e quem comanda a legenda na cidade são parceiros e assessores de Zimbaldi há anos. Rafa conseguiu o apoio do PDT, outro partido esfacelado em Campinas. A Zimbaldi ainda está pendente o nome do(a) vice para compor a chapa. Por sinal, essa escolha em 2020 foi um dos pontos mais problemáticos daquela campanha.

No campo da esquerda temos a pré-candidatura de Pedro Tourinho. O petista vai formar chapa novamente com Edilene Santana, do PSOL. A dupla quase foi para o segundo turno na eleição passada e aposta no desgaste de Dário e do legado do grupo de Jonas Donizette. Tourinho até pode apontar essa fadiga, mas esbarra no sentimento anti-PT que perdura em Campinas, cidade conservadora e na falta de aprovação de seu principal “garoto”-propaganda, o presidente Lula. As recentes pesquisas apontam o governo Lula III com avaliações negativas. Além disso, a campanha carece de diálogo com grupos fora da "bolha”.

Por último, temos a pré-candidatura do Novo com o vereador Paulo Gaspar e da já definida vice Janaína Calvo. A primeira vez do partido na disputa pela prefeitura de Campinas, ou seja, falta experiência de corrida eleitoral para a legenda e para os próprios candidatos. Gaspar está em sua primeira legislatura na Câmara de Campinas, eleito na esteira dos protestos contra Dilma, reajuste de IPTU e atos a favor da Lava Jato. O Novo já deu uma bola fora com a indicação de Zé Afonso, que foi o primeiro pré-candidato, mas o perfil extremamente Bolsonarista provocou estranheza. Afinal, era mais forte essa tendência em Zé Afonso do que os conceitos liberais do Novo. Um mês depois, o antigo pré-candidato mostrou um confuso partido que agora tira Paulo Gaspar da disputa pela reeleição na Câmara para embarcar na canoa pelo Quarto Andar. Pode ser uma furada.

Em suma, todas as quatros candidaturas ainda buscam um alicerce para solucionar a fragilidade que cada uma tem até aqui.

Não mexa com os Peaky Blinders

Chega a beirar o inacreditável como o político brasileiro se sente à vontade em misturar o público com o privado sem a menor reflexão. Passa por essa necessidade do brasileiro, inclusive da imprensa, em tratar servidor público em cargo eletivo como autoridade.

O episódio de Jaguariúna em que guardas se vestem de gângsteres, como na série Peaky Blinders, para um casamento, é surreal. Não pela fantasia utilizada. O problema não é esse. O que berra é o uso de armamento da GCM da cidade para ornamentar a vestimenta. Equipamento público. Equipamento letal. Ostentado em uma festa. Usado indevidamente.

O casório era do guarda municipal e vereador Silvio Teles de Menezes, o Menezes do Canil (PSD), que liderou a entrada ao lado de outros dois agentes.

A prefeitura de Jaguariúna abriu procedimento interno para apurar a conduta dos envolvidos.

Bom gosto é para pessoas que não podem pagar por safiras.

Fim do prazo

Nesta segunda, termina o prazo para a vereadora Paolla Miguel (PT) entregar a sua defesa prévia para a Comissão Processante. O procedimento foi instaurado para apurar a responsabilidade de Paolla nos episódios da “Festa da Bicuda”, em praça pública do Distrito de Barão Geraldo.

A petista destinou verbas via emenda impositiva para o evento. Paolla alega que não sabia do teor da apresentação. A comissão formada tende a indicar o arquivamento do processo contra a parlamentar.

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